Por Frei Paulo Cantanheide, OP Em Artigos Atualizada em 23 AGO 2019 - 14H33

Em busca da pérola perdida

É importante lembrar que tanto a presença de Maria como de Jesus, no rosário, encontra-se fundamentalmente na meditação dos mistérios. Devemos ficar atentos para não pensarmos encontrar a Mãe na repetição das Ave-marias e o filho na Meditação dos mistérios e tampouco reduzir a nossa oração à repetição de fórmulas.

Teresa Kasprzycka/ Shutterstock
Teresa Kasprzycka/ Shutterstock

Os mistérios compõem o núcleo orante do rosário. É através deles que entraremos em sintonia com a vida de Jesus. A repetição de Ave-Marias e Pai-nossos são importantes para nos colocar em contato com as palavras sagradas do Evangelho e para nos manter concentrados. Por isso devem ser repetidas com calma, sem pressa e em harmonia com o sentimento de ternura e compaixão que emana de cada mistério contemplado. Como bem frisara o Papa Paulo VI, "sem contemplação o rosário é um corpo sem alma. Sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica e de vir achar-se em contradição com a advertência de Jesus: Nas orações não sejais palavrosos como os gentios, que imaginam que hão de ser ouvidos graças a sua verbalidade" (Mt 6,7).

Precisamos tomar cuidado com as armadilhas do tempo. Muitas vezes submetemos a nossa vida de oração à correria do dia a dia e esta passa a ter um sentido mais quantitativo que contemplativo. Ou seja, Vale mais o numero de Ave-Marias repetidas, muitas vezes às pressas, em um curto espaço de tempo, que a atitude de gratuidade e contemplação diante de Deus.

O rosário é a oração do silêncio e da calma, não da obrigação e da pressa. Vale mais uma dezena bem rezada e um mistério bem meditado, que um rosário inteiro apenas para cumprir um preceito. Procure rezar com serenidade, pronunciando as palavras de forma compassada. Pode até utilizar o ritmo da respiração para pronunciá-las. Pois, está já era uma técnica usada pelos cristãos do oriente quando rezavam a oração do coração.

Ao meditar os mistérios procure identificar os sentimentos e sensações que cada um deles lhe transmite e como estes refletem na realidade de sua vida. Aos poucos irá percebendo que sua vida será um reflexo da vida de Cristo.

Diálogo inter-religioso não consiste importarmos técnicas de outras tradições religiosas, que para nós são vazias de conteúdo, mas em redescobrir as riquezas presente em nossa tradição espiritual e experimentá-las de maneira correta. Só estando seguros de nossa própria identidade poderemos dialogar honestamente com os outros.     

Extraído do livro: Maria Trono da Sabedoria  - Capítulo 8: A importância do Rosário para a identidade cristã 

Fonte: Maria Trono da Sabedoria

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