Por José Aparecido Cauneto Em Artigos

Espiritualidade Mariana no Documento de Aparecida – Parte IV

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Buscamos demonstrar, na terceira parte deste estudo, que toda a espiritualidade vivenciada por Maria tem por fonte e fundamento o amor trinitário. Com propriedade o Documento de Aparecida afirma que em Maria «encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, e da mesma forma com os irmãos» (DA 267).

Nunca é demais repetir as palavras insertas no Documento de Aparecida, quando afirma que Maria é «a imagem esplêndida da conformação ao projeto trinitário que se cumpre em Cristo» (DA 141).

De plano se percebe, ao falarmos de espiritualidade mariana, que estamos nos referindo à espiritualidade centrada em Cristo e vivenciada por Maria desde a sua imaculada conceição. Assim, a conformação de Maria ao projeto trinitário é elemento revelador da pessoa de Jesus.

E quem é Jesus Cristo?

A primeira resposta a essa pergunta é uma manifestação de fé: «Jesus é o Filho de Deus, a Palavra feito carne (cf. Jo 1,14), verdadeiro Deus e verdadeiro homem, prova do amor de Deus aos homens» (DA 102). «Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria», afirmam os bispos (DA 18). E não poderia ser diferente, pois é na fé que acontece o encontro com Cristo, nos mais diversos ambientes em que é vivida.

Neste sentido, afirma ainda o Documento de Aparecida que Maria é para nós escola de fé (DA 270). Em um ambiente desfavorável e hostil, tornou-se peregrina da fé desde o momento em que, sem nada compreender, disse SIM a Deus. Pela atitude de fé Maria pode contemplar, antes de qualquer outro, o rosto humano de Deus em seu filho.

A segunda resposta à indagação, porém, nos remete a uma segunda pergunta, chave para a plena compreensão da pessoa de Jesus Cristo: o que fez Jesus? Diz o Documento de Aparecida ser a vida de Jesus «uma entrega radical de si mesmo a favor de todas as pessoas, consumada definitivamente em sua morte e ressurreição» (DA 102), indicando somente ser possível a compreensão de sua pessoa se houver compreensão de sua prática, de seu agir.

A cristologia do Documento de Aparecida se apresenta, dessa forma, como um convite, um chamado, uma convocação, um apelo ao seguimento de Jesus Cristo. E seguir Jesus Cristo implica numa total conformação ao projeto trinitário de amor a exigir do discípulo uma tomada de atitude, fundada na liberdade, a conduzi-lo à total configuração com a pessoa do Mestre.

Esta conformação ao projeto da Trindade Santa, inaugurado por Jesus, implica em assumir a centralidade do mandamento do amor e a prática das bem-aventuranças do Reino (DA 139), a exemplo de Maria.

Diante disso, cabe-nos indagar para onde nossas atitudes nos conduzem.

Ad Jesum per Mariam!

 

José Aparecido Cauneto

Membro fundador da Academia de Letras e Artes de Paranavaí

e Membro da Academia Marial de Aparecida

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