Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 25 MAR 2019 - 17H26

O Espírito Santo nos educa a obedecer os mandamentos por amor a Jesus

Jesus e os discípulos

6º Domingo da Páscoa (Jo 14,15-21)

O domingo, dia do Senhor, renova a mística da ressurreição. A certeza de que, unidos a Jesus Cristo, Senhor da História, possamos construir uma vida melhor com mais justiça e paz na sociedade. Nesta penúltima semana do tempo pascal, a liturgia católica, fundamentando o seu culto litúrgico na Bíblia (Novo Testamento), começa a refletir sobre a função do Espírito Santo em relação ao mistério da Páscoa. O Espírito Santo é o presente de amor que Jesus deu à sua Igreja na terra. Antes da sua separação definitiva dos apóstolos e discípulos, Jesus lhes prometeu ficar conosco de algum modo até o fim dos tempos. Nisso entra a presença, o dinamismo amoroso do Espírito Santo, sustentando na Igreja e no mundo a continuidade da missão de Jesus. As comunidades cristãs desde os apóstolos e as outras mais tarde, foram se conscientizando sobre o Jesus pascal e assimilando seu mistério. Os grupos cristãos superavam as limitações humanas partilhando o amor do Senhor e anunciando o Evangelho em meio às perseguições.

E a Igreja, humanamente tão frágil e pequenina, se fortalecia e crescia no mundo pagão graças ao sopro e assistência do Espírito Santo de Jesus. De fato, o fundamento real dela não são seus dogmas, leis religiosas, normas morais. Tampouco a organização material ou o seu patrimônio. Nem considerada apenas como uma sociedade humana! A Igreja permaneceu e permanecerá viva, unida e forte. Tem superado rejeições, divisões e perseguições porque existe nela um amor vital: o do Espírito Santo. O Espírito Santo é a maneira misteriosa de Jesus estar entre nós, perpetuando a libertação pascal na história e no mundo na vivência do verdadeiro amor!

O texto evangélico de São João é uma catequese sobre o Espírito Santo: quem é ele, o que fará pelos discípulos de Jesus, como continuará encaminhando a comunidade após a partida de Jesus. Leia: João 14,15-21.

Jesus associa amar e guardar os mandamentos. São ideias recíprocas que se equivalem. Guardar os mandamentos significa aceitar e praticar o que Jesus ensinou. Certamente nunca será fácil: não o era para os primeiros discípulos, nem o será para nós hoje. Aí Jesus promete um “ajudante especial”, que ele chama de “paráclito”. A palavra da língua grega usada por São João significa: o defensor, o advogado, o protetor, aquele ajudante num tribunal. Aquele que fica ao lado do réu no julgamento.

 São João usa de tal palavra no contexto da iminente partida de Jesus. O que vai acontecer com os seguidores, com os discípulos quando Jesus não conviver mais com eles? Quando houver a separação definitiva? O evangelista João ambienta a catequese sobre o futuro da Igreja, no clima da última ceia. Fazendo as despedidas o Mestre dá o consolo aos discípulos e lhes promete enviar um “paráclito”, ou seja, a presença divina do Espírito Santo como advogado ao lado deles em vez de Jesus. Pois, junto de Deus o Pai, o Filho vai interceder por nós pecadores e nos livrar do julgamento divino. Mas, os que amarem Jesus aqui na terra e continuarem fiéis à sua palavra e ensino, não serão abandonados: “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (v.18), promete ele! Para todos os discípulos de Jesus, ao longo dos séculos, o Espírito Santo virá como um defensor assistente especial contra as acusações a eles.

Então, a comunidade formada, a Igreja, terá como conhecer e seguir a verdade, os caminhos de Deus, mesmo na ausência corporal do Senhor Jesus. A Igreja possuirá o “espírito da Verdade” que a defenderá da mentira e das ilusões dos homens neste mundo (v.17). A verdade qual é? É o ensinamento de Jesus sobre Deus, sobre o projeto do Pai, o amor misericordioso que nos liberta do estado de pecado e introduz na convivência humana a justiça, a paz, a fraternidade.

Ora, todo esse projeto de amor-salvador foi revelado por Jesus aos discípulos. E já que somente eles estão por dentro disso, somente eles poderão conhecer o Espírito Santo como Mestre de toda a verdade. Eles o possuirão dentro de si mesmo, no coração, no amor aos mandamentos, ou seja, à palavra de Jesus. O mundo ao redor, o ambiente materialista dos homens contrários ao projeto de Deus em Jesus, é “incapaz de conhecer o Espírito Santo e de recebê-lo” (v.17). Em todo o tempo da Igreja continuará presente nela o Espírito Santo sustentando no íntimo os discípulos e na comunhão com os outros a fé em Jesus.

O Espírito Santo nos educa no amor ensinado por Jesus. Se o amarmos teremos a certeza de sermos amados por Ele, Jesus. E a certeza de viver unidos uns aos outros pelo mesmo e único Espírito de verdade, de amor, justiça e paz. Enfim, a Igreja aprendeu aos poucos a união singular de Maria com Jesus. É considerada esposa do Espírito Santo, já que ele gerou em seu seio bendito o Salvador. Se Jesus é o ressuscitado primogênito e se recebemos dele um corpo semelhante ao seu, temos em Maria nossa mãe espiritual. Com seu auxílio permaneçamos firmes na comunidade cristã, ela é o espaço natural do Espírito Santo, da sua presença e ação no mundo.  

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