Somos comunicação...

O “ventre que nos abriga é a primeira escola de comunicação”, afirmou o Papa Francisco em sua mensagem para o dia das Comunicações Sociais, em maio passado. Explicou-nos que somos seres de relação, em diálogo, e que a primeira experiência nesse sentido se dá quando, ainda no útero, sentimos o pulsar do coração de nossa mãe. É a origem do processo comunicativo!

Ninguém nasce e vive para si mesmo, existimos para ser com o outro e para o outro, num permanente movimento existencial de ir ao encontro e deixar-se encontrar. De fato, a vida só tem sentido quando é consumida na participação, na arte da relação, no serviço da comunhão, no amor recebido e oferecido. O contrário é solidão, não comunicação, vazio e morte.

Do seio materno, passamos para o ambiente familiar. Crescemos e aprendemos as coisas do mundo junto aos nossos pais, irmãos, parentes, vizinhos e amigos... Esse é primeiro núcleo comunitário com o qual nos comunicamos. A “construção” daquilo que sou, o autoconhecimento, o equilíbrio afetivo e a sabedoria de vida são frutos dessa exigente experiência de ser em diálogo, em relação. Por isso, somos comunicação.

Deus se comunica e mostra-se a nós em Jesus Cristo; Ele é a perfeita comunicação do Pai! Por Cristo, com Cristo e em Cristo chega até nós o que está no coração de Deus: o amor! E quem recebe esse dom não pode guardá-lo para si, mas precisa partilhá-lo, fazê-lo conhecido, anunciá-lo a todos e à terra inteira. Portanto, somos cristãos se agentes, pela palavra e pelo testemunho, dessa boa notícia, o Evangelho: “Ai de mim se eu não Evangelizar!” (1Cor 9,16).

Também nos comunicamos com Deus quando rezamos. A oração é a “dimensão religiosa da comunicação, que, conforme nos diz o Papa Francisco, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros...”.

A Família Campanha dos Devotos é uma “comunidade comunicadora” e, usando de variados Meios de Comunicação Social como a Internet, o rádio, a Televisão e, até mesmo, do espaço celebrativo do Santuário Nacional, faz da Igreja uma casa com as portas sempre abertas, onde todos, sem excluir ninguém, se sentem acolhidos e amados. É comunicação que constrói gente!

Perseveremos rezando e realizando, encarnando, comunicando a ternura de Deus, mediante gestos e palavras, em todos os ambientes e em todos os corações, especialmente para aqueles que são indiferentes à fé, aos novos ateus e aos insuficientemente evangelizados. 

Dom Darci José Nicioli, C.Ss.R.

Bispo Auxiliar de Aparecida