Fachada Norte: a escravidão hebreia

Após conhecermos a história de José do Egito – presente na face oriental da Fachada Norte - voltamos nosso olhar para a parte frontal de nossa Fachada. Nela, vemos a primeira parte do livro do Êxodo.
O modelo bíblico fundante, e não só fundamental, é o êxodo. Trata-se de uma passagem de um modo de existência a outro nível muito mais elevado de existência: de escravos a livres. Não é uma passagem qualquer. É uma passagem a uma novidade radical.
Todo o êxodo é uma grande teologia da memória, que é a verdadeira base, o fundamento da existência espiritual: não aquilo que eu mesmo entendi e quero fazer, mas aquilo que é a experiência da obra de Deus. Esse é o conteúdo da minha memória, que é o conteúdo da minha existência, da minha pessoa, da minha consciência de povo: tudo é memória. É uma regeneração do homem, de tal modo que a pessoa não pode mais recordar-se de si mesma sem recordar aquele que a regenerou.
Hoje vamos conhecer a catequese presente na cena que retrata a escravidão hebreia. Leia na sua Bíblia essa passagem. Ela encontra-se em Êx 1,8-11.
É interessante o fato de que os trabalhos forçados levem os hebreus a fazerem tijolos. O tijolo é uma fôrma, é um molde que após a queima resulta em blocos idênticos. O trabalho forçado destrói o rosto, torna todos iguais, uma máquina, um animal, despersonaliza totalmente, ou seja, não se considera mais a pessoa, o que ela pode fazer de único, isto é, o seu amor que é insubstituível. Quando algo é feito à força, não há amor, porque não há liberdade. A liberdade é uma dimensão constitutiva do amor.
O homem trabalha o solo do qual foi tirado, e essa é a grande contradição, pois esse solo age contra ele próprio. Eu trabalho para comer, e como para morrer, ou seja, para voltar ao solo do qual fui tirado. Busco extrair do solo um fruto, que como para retornar ao mesmo solo. Trabalhar o solo ao qual eu devo voltar para morrer é um contrassenso completo, uma enorme contradição.
O trabalho forçado é exatamente essa maldição pela qual alguém o obriga a trabalhar o solo de onde você foi tirado. Você é obrigado a extrair um fruto que nem sequer vai comer, pois deverá dá-lo ao patrão, ficando apenas com algumas migalhas que permitam que continue a trabalhar, para ao fim voltar ao pó de onde foi tirado. É verdadeiramente uma maldição: esse povo que se curva em direção à terra e se torna cada vez mais um só com a terra. E o povo que o escraviza é a imagem mais completa do pecado. O faraó e os seus guardas, na patrística, são a imagem do pecado que mantém o homem na escravidão.
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