Espiritualidade

Jejum digital: uma alternativa para essa Quaresma

Que tal um tempo para pensar sobre como esse jejum de aplicativos e dispositivos pode ser bom para fortalecer nossa amizade com Deus?

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

19 FEV 2021 - 09H40 (Atualizada em 19 FEV 2024 - 11H56)

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É na Quaresma que a Igreja coloca em nossos corações já no final desse caminho de conversão, que é a Páscoa.

Leia MaisQuaresma: tempo para nos exercitarmos na academia espiritualComo surgiu o primeiro dia da Quaresma? De fato, a Quaresma não tem sentido nenhum se perdemos de vista o que nos move, em primeiro lugar, a qualquer tipo de penitência. E se isso que nos move é qualquer coisa que não seja o desejo de conversão, não estamos falando de uma autêntica Quaresma. Por isso, podemos nos fazer uma pergunta simples que nos ajudará a viver bem esse tempo: O que tem me afastado de Jesus?

As respostas podem ser de diversos tipos. Mas considerando que a internet, em geral, está cada vez mais presente nas nossas vidas, é bem razoável pensar que, algumas vezes, ela está ocupando um lugar que acaba ofuscando a presença de Deus na vida de cada um. Não porque ela seja algo ruim em si mesma, mas simplesmente porque, como pecadores que somos, acabamos por utilizá-la mal. Por isso, vamos dar um tempo para pensar em como esse jejum alternativo pode ser uma boa ideia para crescer na nossa amizade com o Senhor e uma boa preparação para a sua Páscoa.

“A Quaresma é esse tempo que se assemelha a uma caminhada no deserto,
um grande retiro no qual preparamos melhor os nossos corações
para receber Aquele que já habita em nós...”


Primeiro,
é preciso reconhecer os momentos em que a internet acaba atrapalhando. Soa um pouco clichê, mas penso que é verdade. E é difícil encontrar pessoas que reconhecem estar um pouco viciadas nesse site ou naquele aplicativo.

Já repararam que, embora saibamos que existe esse problema, sempre nos encontramos com as poucas pessoas que sabem se controlar e que dizem “eu não estou viciado nisso”. Mas isso não é um problema aqui, porque somos nós mesmos que queremos viver uma boa Quaresma e a nossa consciência fica alerta quando fazemos aquela primeira pergunta e buscamos respondê-la com sinceridade.

Onde perdemos mais tempo? Em quais atividades digitais (seja em alguma página web, seja um aplicativo que usamos) percebo que perco o controle algumas vezes? Para mim, João, tem sido o YouTube. Vou vendo vídeos de canais do meu interesse e quando vejo, perco a hora para fazer alguma outra tarefa que tinha planejado. Mesmo que sejam vídeos bons, percebo que tiram a atenção daquilo que eu realmente gostaria de estar fazendo.

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É como aquela situação típica de sala de aula, na qual os alunos estão conversando e, diante da “bronca” do professor, eles respondem:
“Estamos conversando sobre a matéria”. Sempre achei que fosse uma boa desculpa, mas não exclui o fato de que se está fazendo algo que não se deve fazer no momento. Só que aqui o professor é a consciência, a voz de Deus na nossa alma. E ele está chamando para uma amizade mais profunda com Ele. E nós continuamente inventamos desculpas para continuar “conversando sobre a matéria”.

Talvez essa confissão ajude para que outros possam também dar-se o tempo de pensar na própria vida e naquilo que porventura esteja atrapalhando um pouco a relação com Deus. A Quaresma, como sabemos todos, é esse tempo que se assemelha a uma caminhada no deserto, um grande retiro no qual preparamos melhor os nossos corações para receber Aquele que já habita em nós, mas que quer renovar essa presença.

Se o mundo digital está, de alguma forma, atrapalhando a obra de Deus em nós, não percamos a oportunidade de purificar a maneira como utilizamos essa ferramenta, que tem muito potencial para, ao contrário, unir-nos ainda mais a Ele.

Boa Quaresma e, se for o caso, jejum digital!


Padre Diego reflete sobre o tempo da Quaresma

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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