Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 03 ABR 2019 - 14H34

30 anos com Maria

A parte mais conhecida da vida de Jesus, aquela na qual ele realiza os milagres, ensina os discípulos e, finalmente passa por sua paixão em Jerusalém, parece ter durado apenas três anos. Os outros trinta anos são para nós, em sua grande maioria, desconhecidos. Sabemos, porém, que durante todos esses anos Jesus era submisso aos pais e que crescia em estatura e Graça, diante de Deus e dos homens. Qual não terá sido a importância da proximidade com Maria e José para esse crescimento?

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Maria (Crédito: Shutterstock)

Uma bonita canção mariana diz: “Maria que fez o Cristo falar, Maria que fez Jesus caminhar...”. Ela nos lembra da completa humanidade de Jesus. É muito forte que Jesus tenha se feito uma criança indefesa nos braços de seus pais. Ele que é o próprio Deus onipotente quis passar por todo esse processo de crescimento humano, contar com a generosidade de uma mãe que, como qualquer outra mãe, precisou proteger, alimentar e cuidar para que o filho cresça de acordo com a vontade de Deus.

Sabemos que a família de Jesus era piedosa. Vemos como Maria respondeu atentamente ao anúncio do Anjo quando este lhe anunciou que seria a Mãe do Salvador. Vemos como seu Magnificat é um eco do Antigo testamento, mostrando seu conhecimento da tradição de seu povo. Vimos também José, um pouco antes, ser sensível à mensagem do anjo que lhe dizia para não ter medo de tomar Maria como esposa. Todos esses acontecimentos nos falam de corações verdadeiramente atentos ao espiritual, em relação intima com Deus.

Também podemos olhar aquele famoso episódio no qual Jesus, logo de subir para Jerusalém com os pais aos 12 anos, fica na cidade enquanto seus pais voltam com a caravana. Depois de um dia, Maria e José se são conta de que Jesus não está com eles e voltam a cidade para busca-lo. Encontrando-o no terceiro dia no templo junto aos mestres, Maria exprime sua angústia na mais compreensível das perguntas: “Meu Filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos! ”.

Meu pai diz que esse é o Evangelho da primeira travessura de Jesus. É engraçado, mas não consegue explicar tudo o que aconteceu nessa cena. Jesus, com sua resposta, mostra já uma consciência de que seu Pai é Deus e por isso é tão óbvio que ele esteja cuidando das coisas dEle. Mostra uma consciência da missão que ele possui, do seu dever. Essa obediência ao Pai que já começa a se manifestar é o fio condutor de toda sua vida e culminará na sua entrega na Cruz trinta anos mais tarde.

Depois de mostrar essa consciência, ele volta com seus pais e lhes é submisso, como havíamos adiantado ao começo. Naquele momento, diz-se que seus pais não compreenderam aquelas palavras. Mas independente disso, a partir de então até seus trinta anos, Jesus deixou-se formar por Maria e por José que eram os melhores instrumentos de Deus para cumprir com a missão de preparar o Filho de Deus para que, chegada sua hora, cumprisse com sua missão. Não nos esqueçamos, especialmente nesse mês mariano e na proximidade com o dia das mães, da importância que elas têm para que sejamos pessoas bem disponíveis para cumprir com o Plano do Senhor.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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