No sábado, ao final da tarde, um momento muito importante: todos pontos do documento final foram aprovados. O mínimo de votos necessários para a aprovação era de 120 votos a favor, ou seja, dois terços do total de 181 padres sinodais votantes. Os pontos que receberam menos votos foram o de sacerdotes homens casados, com 128 votos, e do diaconato para mulheres, com 137 votos.
Logo após o momento final da votação, a equipe da Rede Aparecida conversou com exclusividade com Cardeal Dom Cláudio Hummes, relator geral do Sínodo, que falou quais rumos serão tomados a partir de agora na região amazônica e quais os reflexos que isso poderá trazer para a igreja no Brasil e em todo o mundo. Ao mesmo tempo, o cardeal se mostrou bastante feliz com os resultados deste Sínodo.
Ouça também a fala exclusiva de Papa Francisco para a equipe da Rede Aparecida de Comunicação, em que ele destaca como deve ser a cobertura da imprensa daqui em diante sobre o Sínodo da Amazônia.
Dom Erwin Krautler repercute assuntos do Sínodo
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Uma das figuras mais representativas da Igreja Católica do Brasil na região Amazônica, Dom Erwin Krautler, que foi membro do Conselho Pré-sinodal, foi eleito no último sábado também como membro do Conselho Pós-sinodal.
Num balanço sobre o sínodo, que chegou ao fim neste domingo (27) no Vaticano, ele destacou o passo importante dado na Assembleia para uma igreja com rosto amazônico.
Dom Erwin ressaltou ainda a fala do Papa Francisco após a votação do documento final, de não parar em pontos específicos, mas destacar os diagnósticos levantados nos últimos dois anos sobre a Região Amazônica. Por fim, ele também se mostrou muito satisfeito com o resultado do Sínodo.
Em seguida, o documento é entregue ao Papa para um estudo por tempo indeterminado, pois, a partir deste documento, será criada uma exortação pós-sinodal apresentando à Igreja Católica do mundo todas as decisões e possíveis mudanças vindas do Sínodo.
Quais são essas mudanças?
- Um rito litúrgico próprio para a Região Amazônica, ou seja, uma igreja com o rosto com a cultura da Amazônia;
- A possibilidade da ordenação sacerdotal de homens idosos casados com vida cristã comprovada, isso é muito importante, não é qualquer homem que poderia ser ordenado sacerdote;
- Funções ministeriais como diaconia para as mulheres, em que o papel da mulher está sendo bastante discutido.
Essas são possibilidades e quem vai responder e confirmar tudo isso é o Papa Francisco, na exortação pós-sinodal.
Em Pesqueira (PE), com cerca de 12 mil indígenas, Zenilda afirma que querem tirar seus direitos garantidos na Constituição Federal.
“A terra, para nós, é nossa mãe. É de onde tiramos todos os nossos alimentos, não só para os povos indígenas, mas também para alimentar outras pessoas e como nós vendemos as nossas mercadorias na cidade, estamos preocupados com essas ameaças sobre o nossos direitos”, afirma.
Após mais de 50 anos, participantes do Sínodo para a Amazônia renovam pacto das catacumbas
A novidade desta vez é que não foram somente os padres sinodais a assinar o documento, mas todos os participantes: sacerdotes, religiosos e leigos assinaram o pacto, reafirmando sua adesão ao pacto em prol da Casa Comum. Entre eles, inclusive, havia representantes da Igreja Anglicana e da Assembleia de Deus.
O Cardeal Dom Cláudio Hummes, relator do Sinodo para Amazônia, presidiu a missa nas Catacumbas de Domitila e falou com exclusividade para a Rede Aparecida de Rádio.
“É um pacto de fato para Amazônia, mas é um pacto também para nós todos, em qualquer lugar e para a Igreja como um todo. Claro, em todo o mundo esse pacto pela Casa Comum serve. Eu creio que seja, em primeiro lugar, uma memória daquele que foi o Concílio e todo aquele grande momento da Igreja, que se reformou com esse Concílio e, sobretudo, teve em vista também a questão dos povos, que começou a ser muito presente na mente na consciência da Igreja, sobretudo na América Latina.”
O jornalismo da Rádio Aparecida continua acompanhando o Sínodo para Amazônia e entrevistou Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB. Ele faz parte da comissão responsável pela redação do projeto do documento que sairá do Sínodo, que se tornará a exortação pós-sinodal feita pelo Papa Francisco.
Ele afirma que as expectativas a respeito da Amazônia são muito positivas. “Estamos contemplando tudo aquilo que está vindo do processo de escuta. Claro que não é nem garantia e nem obrigação de aprovação final, mas nós estamos confiantes de que o Espírito Santo move os nossos corações e os nossos entendimentos, para que levemos não apenas as respostas, mas também propostas e conclusões que possam beneficiar a igreja na Amazônia, na busca de novos caminhos para evangelização e para uma Ecologia integral".
Dom Walmor fala de seu encontro com o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão
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Em Roma, a programação de terça-feira começou com a catequese do Papa Francisco na Praça São Pedro, que estava repleta de peregrinos de várias partes do mundo. Como de costume, o Santo Padre fez a saudação em várias línguas. Inclusive quando ele saudou os brasileiros, a festa foi grande.
Na programação do Sínodo para Amazônia, quem conduziu as reflexões pela manhã foi Dom Walmor Oliveira, Arcebispo de Belo Horizonte. Ele se encontrou depois com o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que ainda estava em Roma por conta da canonização de Irmã Dulce.
“Meu encontro com o vice-presidente Hamilton Mourão foi muito oportuno e muito fraterno. A oportunidade de agradecer também vem do compartilhamento da importância do caminho que estamos fazendo no Sínodo para Amazônia. Estamos buscando, como Igreja, ser uma presença, em primeiro lugar, para cumprir a nossa tarefa, que é anunciar o Evangelho de Jesus Cristo e, no horizonte da ecologia integral, contribuirmos para esse caminho educativo, indispensável e urgente, a fim de que nós possamos cuidar melhor da Casa Comum, à luz dos valores do Evangelho”, contou à jornalista Ana Néri.
Dom Cláudio Hummes faz balanço de duas semanas de Sínodo
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Eles focaram, na segunda-feira (14), sobre como fortalecer o diálogo quanto aos desafios enfrentados pelos povos da floresta e, segundo Dom Cláudio Hummes, presidente da Rede Eclesial Pan Amazônica e relator do Sínodo, o balanço até agora é positivo. Ele destacou, inclusive, a transparência e a comunhão entre os participantes.
“As pessoas estão sendo muito sinceras, transparentes e corajosas em dizer o que pensam sobre os vários assuntos. E é muito importante isso. O Papa também gosta que seja assim, porque um processo sinodal significa caminhar juntos”, afirma.
Quanto às críticas em relação a algumas questões polêmicas discutidas no Sínodo, dom Cláudio falou sobre a importância de não perder a coragem e ignorar os insultos contra a Igreja e também contra o Papa Francisco.
Acompanhe durante a programação da Rádio Aparecida, as inserções sobre o Sínodo da Amazônia, que vai até dia 27.
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