O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo. Segundo interlocutores do Ministério, ele mesmo avisou da decisão de deixar a pasta a seus assessores próximos e apresentou o pedido para o presidente Jair Bolsonaro.
O pedido ocorre após pressão de parlamentares, inclusive dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A situação política de Ernesto vinha se deteriorando nos últimos dias. No Congresso, a avaliação é de que a atuação do ministro isolou o Brasil no cenário internacional e prejudicou a obtenção de doses de vacina contra a Covid-19.
No lugar de Ernesto Araújo, entra o embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República.
Outras trocas no governo
Além dessa troca, a reforma ministerial foi realizada, pelo presidente Jair Bolsonaro, em outras cinco pastas. As mudanças foram oficializadas na edição de hoje do Diário Oficial da União. Na Casa Civil da Presidência da República, saiu o general da reserva Braga Netto, transferido para o Ministério da Defesa e assume o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, que era o atual secretário de governo.
Já no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, deixa o cargo André Mendonça, transferido para a Advocacia Geral da União (AGU) e assume o delegado Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
No Ministério da Defesa, o general da reserva Walter Souza Braga Netto, atual chefe da Casa Civil, vai ocupar o lugar do também general da reserva Fernando Azevedo e Silva. A deputada federal Flávia Arruda (PL – DF) assume a Secretaria de Governo no lugar do general da reserva Luiz Eduardo Ramos, que foi transferido para a Casa civil.
E, por fim, José Levi saiu da Advocacia Geral da União para que André Mendonça retorne ao cargo que ele ocupava antes de ser transferido para a pasta da Justiça.
O que devemos entender disso tudo?
A amplitude da reforma surpreendeu. Até o fim de semana, somente a substituição de Ernesto Araújo era tida como provável para os próximos dias. Mas Bolsonaro aproveitou a saída de Araújo para realizar uma mudança maior. Ao menos dois desses movimentos têm finalidade clara: aceno ao Centrão e tentativa de aumentar a influência junto aos quartéis militares.
O Centrão foi agraciado com a Secretaria de Governo através da nomeação da deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), em substituição ao general Luiz Eduardo Ramos. Ela é um nome do partido de Valdemar da Costa Neto e tem o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ao assumir a pasta, passa a ser a responsável pela articulação política do Palácio do Planalto.
O outro movimento – a saída do general Fernando Azevedo e Silva do comando do Ministério da Defesa – foi recebido com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas e como algo além de uma troca para acomodação de espaços no primeiro escalão do governo. O que pode ser um sinal de que Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.
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