Por Valquíria Vieira Em Brasil

Pastoral da Criança explica portaria que garante mais direitos a gestantes e bebês

O Ministério da Saúde assinou no mês de maio uma portaria que garante ao bebê recém-nascido que estiver na maternidade, mesmo em unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais, o acompanhamento 24h da mãe, do pai ou de algum outro responsável. A iniciativa Hospital Amigo da Criança é um projeto do Ministério da Saúde em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para garantir incentivos às unidades que mantêm assistência humanizada e qualificada às mães e aos bebês. Atualmente, há 321 hospitais com o título.

A Pastoral da Criança, que trabalha na promoção da vida das crianças e também das mães, incentiva e colabora para que esse tipo de atendimento humanizado aconteça nos hospitais. Clóvis Boufleur, Gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança, em entrevista ao portal A12.com explicou o que é essa portaria que trata da assistência humanizada nos hospitais para mães e bebês.

Clóvis Pastoral da Criança“A portaria nº 1.153, de 22 de maio de 2014, do Ministério da Saúde, redefine os critérios de habilitação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Este título para os hospitais é concedido em parceria com o Unicef e existe desde 1992 no Brasil. A Pastoral da Criança sempre colaborou para que houvesse muitos Hospitais Amigos da Criança, pois eles se tornam hospitais preparados para acolher a gestante e a criança. Todos os trabalhadores do hospital são envolvidos nos dez passos para o aleitamento materno: zeladores, porteiros, diretores, profissionais da saúde. Esta iniciativa promove a saúde da criança e da mulher, e incentiva o aleitamento materno no Sistema Único de Saúde (SUS)”, esclareceu .

A iniciativa referente ao Hospital Amigo da Criança é um projeto que se preocupa com a importância do aleitamento materno, pois a mãe recebe o apoio para amamentar a criança e assim nutri-la com o único alimento que o bebê precisa até os seis meses de idade. Nesta nova fase, existe a possibilidade da mãe, do pai ou de uma pessoa de confiança da família ficar com o bebê enquanto estiver no hospital, inclusive na UTI Neonatal.

 

"...essa é uma excelente oportunidade para a criança sentir o amor e o cuidado da família desde as primeiras horas após o nascimento".

“Sabemos que essa é uma excelente oportunidade para a criança sentir o amor e o cuidado da família desde as primeiras horas após o nascimento. Estudos como “Os Primeiros Mil Dias da Vida da Criança” (9 meses da gestação, mais os dois primeiros anos de vida) demonstram como a nutrição da mãe e da criança influenciam na prevenção de doenças na vida adulta. Esperamos que centenas de hospitais sejam credenciados como Amigo da Criança”, confia.

Segundo Clóvis Boufleur, a Pastoral da Criança acompanha com atenção o que acontece nos hospitais e maternidades. Mais de 90% dos partos no país acontecem nestes locais. As principais causas de morte materna e mortalidade infantil estão relacionadas com os serviços de saúde, seja no pré-natal, no parto e no pós-parto.

A Portaria 1.153/14 que trata da humanização nos hospitais determina que o Sistema Único de Saúde deve informar a gestante o local onde ela vai ganhar o bebê, evitando que no momento do parto ela tenha que procurar nos hospitais uma vaga disponível. Por meio dessa portaria, a gestante também tem assegurado o direito ao acompanhante nas consultas e no momento do parto. Outra vantagem é o incentivo ao parto natural em vez do parto por cesária.

O gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança conta que os agentes são testemunhas de uma realidade muitas vezes triste, mas que pode ser mudada com um melhor atendimento.

 

"Nossos líderes choram ao relatar que acompanham a gestante durante nove meses, e às vezes a grávida entra viva e ela e a criança saem sem vida do hospital".

“Existem muitas falhas no atendimento ao parto em algumas cidades. Nossos líderes choram ao relatar que acompanham a gestante durante nove meses, e por causa de erros no hospital às vezes a grávida entra viva e ela e a criança saem sem vida do hospital. Muitos dos casos de morte precoce podem ser evitados com melhor qualidade no atendimento”, relata.

Com a portaria assinada, passa a ser requisito, para receber a classificação "Hospital Amigo da Criança", garantir a presença dos pais da criança nos locais onde o bebê estiver nas maternidades.

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