Nas últimas semanas, holofotes midiáticos de diferentes partes do mundo seguem direcionados para o conflito entre Ucrânia e Rússia, que está afligindo grande parte da população mundial, em decorrência das informações e imagens divulgadas. Assim, além do bombardeamento ocasionado pela guerra entre os dois países, o mundo está lidando com um bombardeamento informacional a respeito do conflito que, muitas vezes, dificulta o acesso à realidade, em razão dos propagadores de fake news, que se aproveitam da situação para causar um alarde ainda maior na população.
Leia MaisPapa Francisco liga para o presidente da UcrâniaPapa vai à Embaixada Russa e mostra preocupação quanto a Guerra na UcrâniaAqui no Brasil, por exemplo, emissoras de TV utilizaram imagens de videogame para ilustrar a guerra entre Rússia e Ucrânia; fotografias de guerras anteriores também foram veiculadas em mídias televisivas e digitais, como se fossem registros do conflito atual. Obviamente que o cenário caótico instaurado na Ucrânia, marcado pela morte de civis ucranianos em razão de ataques russos, é algo desolador e trágico. No entanto, tal panorama não pode se tornar um potencializador para a propagação de inverdades, principalmente por se tratar de uma situação tão delicada.
Mas, infelizmente, em meio ao desespero de muitos, a desinformação se torna o elemento perfeito para aqueles que desejam manipular e causar ainda mais pânico na população, com a divulgação de mentiras. Uma possível solução para lidar com tal questão é recorrer a diferentes fontes informacionais para verificação das mensagens divulgadas e análise da totalidade dos fatos.
De acordo com o Prof. Dr. Jack Brandão, pesquisador acadêmico e diretor do centro de estudos imagéticos CONDES-FOTÓS Imago Lab, essa análise requer observar todos os lados da história, incluindo, principalmente, aquilo que a mídia não retrata.
“Não há dúvidas que os ataques russos contra ucranianos se revelam abomináveis e temos de repudiar tal atitude, porém não podemos classificar a Rússia como a única nação inimiga nessa história, conforme está sendo apregoado em todo o mundo”, ressalta o professor. Ele destaca outros cenários, como o ataque do exército ucraniano às regiões da Ucrânia ocupadas pela população russa, que, segundo o professor, ocorre há anos, mas é ocultado pela mídia ocidental.
Outra questão a se considerar é a série de sanções econômicas, políticas e culturais aplicadas pelos EUA contra a Rússia, em razão do confronto com a Ucrânia, como se o país fosse o único vilão nesse campo. No decorrer da história, por exemplo, a Arábia Saudita, aliada estratégica dos EUA, matou mais de 377 mil pessoas, segundo dados da ONU, durante invasão ao Iêmen, que já dura sete anos. Desse total, 70% eram crianças com menos de cinco anos. Já Israel, somente em um confronto contra os palestinos da Faixa de Gaza, entre 2008 e 2009, foi responsável pela morte de 1417 civis.
“Nenhum dos dois países sofreram sanções por tais atos e o próprio silêncio midiático a respeito contribuiu para que a população mundial não se atentasse a esse cenário. Nós percebemos como a 'não imagem' também diz muito, afinal aquilo que não é registrado deixa de existir para nós. Só vemos o que nos é mostrado”, afirma Brandão. Podemos classificar essa situação como seletividade midiática, ou seja, a mídia divulga apenas o que lhe convém.
Todavia, não são apenas os EUA e seus aliados que contribuem para esse panorama, como a 'demonização' da Rússia; no próprio país governado por Putin, por exemplo, os russos também não têm acesso claro a respeito dos massacres realizados contra os ucranianos, em razão da limitação de acesso informacional. Assim, percebemos como é essencial que nos atentemos para todos os contextos existentes.
Leia MaisEm entrevista ao A12, Dom Volodemer Koubetch fala sobre a guerra na Ucrânia Outro exemplo é o foco midiático para a fuga desesperada de famílias ucranianas em meio ao bombardeio russo. Não vemos, na mesma frequência, notícias sobre as dificuldades que os imigrantes negros da Ucrânia estão enfrentando para sair do país, em razão do preconceito dos próprios ucranianos ou dos países vizinhos, como a Polônia.
Enfim, ressaltamos que analisar qualquer situação, especialmente de um conflito tão delicado como esse, requer atenção redobrada. Não se trata de defender este ou aquele lado, mas olhar a totalidade dos fatos para compreender o que nos é mostrado a partir de análises históricas e pesquisas aprofundadas em diversas fontes. É lamentável a ação da Rússia no momento, mas há que se olhar para muito além das lentes das câmeras midiáticas.
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