Espiritualidade

A ternura e o cuidado com a vida

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

17 SET 2024 - 09H33 (Atualizada em 17 SET 2024 - 10H07)

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O cuidado com a vida é um tema tão debatido hoje, tendo em vista tantas enfermidades que vemos, decorrentes da pós-modernidade líquida e frenética. Ansiedade, depressão, burnout são síndromes que levam o ser humano ao esgotamento não só físico, mas mental/psicológico, ao ponto de levar ao extremo, que é o suicídio.

A ternura é conclamada pelo Papa Francisco como um modo de se fazer justiça, mas também de cuidar do outro. Em sua catequese em 19 de janeiro de 2022, o Papa diz:

“Vamos colocar isso na nossa cabeça: Deus não se assusta com nossos pecados, é maior do que os nossos pecados. É pai, é amor, é terno. Não se assusta com nossos pecados, nossos erros, nossas quedas, mas se assusta com o fechamento do nosso coração — isto sim O faz sofrer — com a nossa falta de fé no seu amor.”

Leia MaisAprendendo com Maria a acolher e acompanhar a quem sofreComo manter a calma e a mansidão nos dias de hoje?Este cuidado paterno que Deus tem para conosco é o exemplo maior que temos sobre o cuidado com o outro.

O cuidado com a vida é algo que deve inspirar a fraternidade e a ternura no coração de todos, pois se nem Deus se assusta com os pecados que cometemos, por que nós deveríamos nos assustar com os erros dos irmãos? Não é olhar o erro ou as condições do outro, mas olhar a pessoa em si e o quanto ela tem sofrido com os julgamentos que a sociedade faz.

Tal sentimento de ternura leva a pessoa a olhar o outro com compaixão, e não a partir dos seus erros. Olhar com misericórdia e não com crueldade. A “revolução da ternura”, conforme nos ensina o Papa Francisco, é uma chamada de atenção para que, diante de uma sociedade cada vez mais tecnocrata e plural, líquida e sem bases sociais estáveis, a ternura seja uma forma de olharmos para os sofredores dos males da mente com compaixão e misericórdia.

Cuidar da vida não é assumir as dores do outro, mas é, com o outro, ajudar a enfrentá-las. Estar ao lado daqueles que necessitam de um abraço ou de serem ouvidos e, ali, não se tornar um tribunal, mas um hospital.

Devemos ter as mesmas ações de Jesus quando viu a multidão e percebeu que “eram como ovelhas sem pastor”: sentir compaixão e buscar cuidar.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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