Em vista do Dia dos Namorados que se aproxima, acredito que este seja um momento especial para repensar alguns conceitos e dar um melhor sentido ao tema dos relacionamentos.
Façamos primeiro uma parada diante da realidade das “relações sociais”: você já se perguntou o que significa “relação”? Não é fácil conceituar esta palavra. Talvez pensemos em palavras como comunicação ou união. Pode-se conceituar “relação” como sendo “uma ordenação intrínseca de uma coisa em direção a outra”. Ou seja, relação é uma coisa que não pode existir sem que haja uma outra coisa para complementá-la. Estas definições têm que nos levar a enaltecer o conceito “pessoa” mais do que o conceito “indivíduo”, muito propagado pela filosofia liberal. “Pessoa”, pelo contrário, pode ser definido justamente como um ser em relação. Os “indivíduos” podem não se relacionar; as “pessoas são relação”.
Neste tempo de pandemia, de isolamento social, vemos a separação de indivíduos ou grupos, resultando em falta ou diminuição de contato social e/ou comunicação. Porém sempre seguiremos sendo pessoas, e até me animaria a dizer que este tempo deve ser uma oportunidade para redescobrir nosso ser relacional, nosso ser para o encontro, e reformular a nossa maneira de nos relacionarmos. Sabe-se que existe um problema nas relações humanas, no qual muitas vezes nos aproximamos do outro ou tratamos o próximo como meios, quer dizer, usamos os outros como meros instrumentos. Vejamos como Deus não faz isso conosco. Ele respeita a liberdade do homem, amando-o, que é o oposto de “usar”.
No caso dos namorados (falo namoro de verdade, não outros adjetivos que se colocam hoje em dia para encontros íntimos ou fantasias afetivas): namorar significa amar a outra pessoa, e isto é o oposto de usá-la; neste tipo de relacionamentos tem que haver um vínculo do bem (bem comum). Como dizia o autor de “O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint-Exupéry: “amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”.
Desejo que todos os casais de namorados e todos os que acreditamos no valor da amizade autêntica possamos comemorar muito, lembrando que toda relação verdadeira requer uma entrega que exige responsabilidade interpessoal, e, essencialmente, viver em Deus e para Deus.
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