Comunicação, oratória e a Cultura do Encontro

Durante a Jornada Mundial da Juventude no Brasil o Papa Francisco propôs uma ação concreta para que a evangelização saia do papel. O Santo Padre nos provocou a promover a “Cultura do Encontro”. Segundo Francisco “... às vezes parece que, para alguns, as relações humanas sejam regidas por dois ‘dogmas’ modernos: eficiência e pragmatismo”, e que o conceito do descartável tem nos afastado uns dos outros.

Agora, passada a explosão midiática da JMJ, comecei a refletir sobre o que esta proposta da “Cultura do Encontro” pode nos ajudar no mundo das comunicações interpessoais. Ao atender profissionais, líderes, religiosos e também estudantes que têm medo de falar em público, tenho percebido que na maioria dos casos eles não possuem apenas medo de falar ao público, mas sim medo de estar com o público.

O medo em excesso, que pode provocar fobia, na realidade é alimentado pela aversão de estar com outras pessoas, de se relacionar.

Quem não foi preparado para viver em comunidade, para trabalhar em grupo, provavelmente possua características que atrapalham a boa oratória, a boa comunicação. Por isso vejo na proposta do Papa Francisco algo muito útil para quem depende da oratória. A fala do Santo Padre ultrapassa os benefícios da evangelização. Ela também é benéfica para a nossa vida profissional.

Para aqueles que travam na hora que são chamados a falar em público, proponho aqui um exercício da “Cultura do Encontro”. Antes de você enfrentar a sala de aula lotada, a igreja cheia, ou o auditório repleto de pessoas para a sua palestra, vá ao encontro dos que estão lá. Olhe nos olhos, toque, abrace, ouça.

O “encontro” com o humano que está ali vai te aliviar, tirar os seus medos e te fazer mais forte. Você vai se comunicar muito melhor e com muito mais qualidade. Bom encontro, boa fala e sucesso.

Everton Barbosa é jornalista,
especialista em Teologia Bíblica pela PUCPR
trabalha com assessoria de comunicação
e faz palestras sobre oratória e Media Training