Quando penso na Semana Santa, vejo como Deus, durante anos, tem me abençoado em cada uma delas, especialmente nas diversas experiências que tive na vivência do Tríduo Pascal, e agora eu me pergunto como será neste ano, sem a possibilidade de poder participar de todas as liturgias, com meus amigos, familiares, etc., com os quais costumo compartilhar este momento de graça.
E, pensando e meditando nestes dias prévios à Semana Santa, e no contexto da pandemia pela qual estamos passando, faço-me a pergunta: em que consiste esta experiência que tem me marcado na minha vida, desde criança, pela participação nos mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor? E eu me respondo: é o próprio Deus falando no Silêncio e na Oração.
É evidente que as liturgias e as missas são o centro da experiência; porém, se nós não dispomos nosso coração para esse encontro, não teremos uma experiência de oração autêntica. E aqui vem meu questionamento: será que o Senhor, com esta experiência, não gostaria que nós nos revisássemos no silêncio e nos questionássemos como está o nosso interior, a nossa experiência de oração pessoal, e da nossa Lectio Divina com a Palavra? Será que esta experiência não seria o verdadeiramente fundamental para que possamos nos dispor a assistir às missas e liturgias numa tela de TV ou de computador?
Valorizo muito o esforço de bispos, sacerdotes, congregações religiosas, movimentos eclesiais ou lideranças católicas em transmitir on-line as celebrações eucarísticas, orações como o terço, reflexões, levar o Santíssimo exposto pelas ruas; mas é fundamental que os leigos não se esqueçam de que podem e devem rezar também por si próprios, buscando no silêncio interior o encontro íntimo e pessoal com Deus, algo insubstituível em qualquer situação.
Lembremos, também, que o ativismo pode estar refletido no uso das redes sociais, por parte dos que produzem e dos que consomem os conteúdos apresentados. Com prudência, complementemos a nossa participação e assistência de cerimônias on-line com a devida preparação espiritual interior. Como têm sido lindos os vários testemunhos que tenho recebido de amigos de diversas idades e vocações, valorizando muito a oração pessoal e familiar nestes dias!
Busquemos o silêncio. Aproveitemos, queridos irmãos e irmãs, queridos sacerdotes, religiosos. Busquemos esse silêncio que o Senhor nos convida a viver neste tempo de graça, para que assim nos unamos mais ao Seu Amor infinito por nós, e nos unamos também, dos nossos lares, aos que poderão celebrar a Eucaristia nesses dias santos.
Que este tempo de graça nos leve, a cada um, a parar um pouco para refletir e nos renovarmos no chamado que nos faz o Senhor; que possamos rezar mais intensamente, sem medo do “vazio” do silêncio, revisando como está a nossa vida e o rumo que temos dado a ela até o momento, aproveitando para curar nossas feridas, para viver de verdade o perdão em nossas vidas. Enfim, para buscar o essencial da nossa vocação e missão. Assim participaremos mais dignamente dos Mistérios sagrados, todos nós.
Desejo que tenhamos um Santo Tríduo e que Deus nos livre de todo o mal!
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