Havia, certa vez, um rapaz que morava em um vale. Ao lado, havia uma montanha de cristal. O povo assim a chamava porque ela tinha coisas lá em cima que à noite brilhavam como cristal.
O rapaz tinha muita vontade de escalar a montanha, para ver o que era. Mas todo mundo diziam que era proibido. Ele perguntava por que era proibido, ninguém sabia. “É uma tradição aqui da nossa região”, diziam.
Por isso ele decidiu subir assim mesmo. Quebrar a tradição. Foi aquele escândalo geral. É um rebelde! diziam. E muita gente nem falava mais com ele.
Apenas um amigo seu o apoiava. Quando chegou o dia da partida, o amigo foi se despedir e lhe deu uma caixinha amarrada em um cordão. “Pendure esta caixinha no seu pescoço e leve com você”, disse ele. “Quando você se sentir muito só, sentir a solidão, abra a caixinha”.
Ele colocou o cordão com a caixinha no pescoço, a mochila nas costas, e foi.
Depois de um dia de caminhada, quando já escurecia, ele estava bem no meio da mata, e começou a escutar vozes que vinham de todos os lados. As vozes diziam: “Pare! Não suba! Isso é nosso! Está invadindo a nossa propriedade!”
Ele ouvia as vozes mas não via ninguém. Gritou bem alto: “Fale um de cada vez! Vamos conversar!” Mas nada. As vozes continuavam falando todas ao mesmo tempo.
Ele disse: “Já que ninguém quer conversar comigo, vou subir”. E continuou escalando a montanha.
Mais em cima, quando já estava escuro, armou uma forte tempestade. Eram ventos fortes, trovões, nuvens carregadas... Iiih! Esqueci de trazer guarda-chuva! pensou.
Nisto, ouviu uma voz suave, no meio da floresta: “Venha para cá, meu jovem. Você pode pegar resfriado!”
Ele olhou e viu um velho, com uma túnica branca, sorrindo para ele. Atendeu o convite e entrou na gruta daquele senhor.
Lá dentro, já bem agasalhado, perguntou para o homem: “Que vozes eram aquelas que me mandavam parar de subir?” O velho respondeu: “É um pessoal que vive aí na montanha. Eles pensam que são donos disto aqui. Mas não ligue para eles. Vá em frente”.
No outro dia cedo, o jovem continuou sua viagem. Depois de várias horas, chegou finalmente ao pico da montanha. Que beleza! Realmente havia muitos cristais, por isso que brilhava à noite.
Naquela emoção, sentiu vontade de partilhar sua alegria com alguém. Mas estava só! Lembrou-se da caixinha e a abriu. Dentro havia um vidrinho com água cristalina, e um papelzinho escrito: “São as lágrimas que chorei na sua partida”.
O jovem não se sentiu mais só. Mesmo de longe, havia alguém pensando nele.
Todos nós temos ao nosso lado uma montanha de cristal. É o nosso ideal, o nosso sonho de vida. Para escalar, nada melhor que ter um amigo. Mesmo longe dele, mesmo nas horas duras, não nos sentiremos sozinhos. É como se ele ou ela estivesse ali ao nosso lado.
E temos ao nosso lado, nas vinte e quatro horas do dia, o nosso melhor Amigo: Jesus Cristo: “Eu não vos chamo servos, mas amigos” (Jo 15,15).
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.