Certa vez, em um bairro da periferia de uma cidade grande, estava acontecendo as santas missões, e aquela noite era a abertura. Os grupos de quarteirão chegavam, cada um trazendo o seu andorzinho e cantando. Uma beleza.
Aconteceu que, durante o sermão de abertura, um bêbado começou a dizer bem alto, cada vez que o missionário fazia uma pausa: “Palavra do Senhor!” Aquilo foi irritando o padre.
Como o bêbado não parava de interferir, o missionário parou o sermão e pediu para os homens: “Por favor, retirem esse bêbado daqui”.
Antes de sair, naquele silêncio, o cachaceiro inclinou a cabeça e falou solenemente: “Palavra do missionário!”
Depois que terminou tudo, o padre foi para o seu aposento e refletiu: Aquele bêbado tinha razão. Antes, era a Palavra do Senhor que eu falava. Mas, na hora em que eu perdi a paciência e pedi que o bêbado fosse retirado, foi palavra minha, não de Deus. Enquanto o missionário pregava para o povo, o bêbado pregava para o missionário.
Deus nos fala de muitos modos. Já falou até através de uma mula: “Então o Senhor abriu a boca da mula e ela disse a Balaão: ‘Que te fiz eu, para me espancares já pela terceira vez?” (Nm 22,28).
O comportamento do líder cristão diante do povo exerce muito mais influência do que suas palavras.
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