Por Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R (in memoriam) Em Histórias de Vida

Menino ferido perdoa agressor

Certa vez, um garoto de dez anos, chamado Bruno, voltava da escola, quando um homem se aproximou dele e perguntou: “Filho, você pode ir comigo à loja a fim de escolher um presente de aniversário para o seu pai?” De fato, o pai de Bruno, sr. Jorge, fazia aniversário no dia seguinte. Ele entrou no carro do homem.

Havia um detalhe que Bruno não sabia: Este homem, no passado, fora empregado do sr. Jorge e este o despediu por causa de bebida. Por isso ele era revoltado contra o sr. Jorge.

O homem levou Bruno para uma área isolada, onde o perfurou várias vezes no peito com uma chave de fenda, depois lhe deu um tiro na cabeça e o deixou lá, para morrer. Felizmente, a bala havia passado por trás dos seus olhos, não danificando o cérebro.

Depois que retomou a consciência, Bruno ficou sentado na beira do asfalto, onde foi socorrido por um motorista que passava. Duas semanas depois, Bruno descreveu para um desenhista da polícia o rosto do agressor. Seu pai o reconheceu. Entretanto, o menino, devido ao trauma, não conseguiu identificar se era aquele mesmo, ou não. Por isso ele não foi preso.

O ataque deixou Bruno cego de um olho. Mas, sem nenhum outro problema grave. Ele voltou para a escola e deu continuidade à sua vida.

Formou-se, casou-se e tiveram dois filhos. Um dia, um policial lhe telefonou para informar que o seu agressor, agora com setenta e sete anos, havia confessado o crime. Sem família, ele estava em um asilo. Bruno foi visitá-lo. Ele se desculpou pelo que havia feito e Bruno disse que o havia perdoado.

Depois disso, visitou-o muitas vezes. Apresentou-lhe sua esposa e filhos, a fim de lhe dar uma sensação de família. Ele ficava feliz quando Bruno aparecia, porque o tirava da solidão e era um grande alívio para ele, após vinte e dois anos de arrependimento.

Mais do que tragédia, Bruno via no fato um milagre. Sentia-se abençoado por Deus. Apesar de muitos não entenderem como que Bruno pôde perdoar aquele homem, ele mesmo via o perdão como a única saída para ser feliz. Se tivesse escolhido o ódio, ou passar a vida procurando vingança, não seria o homem feliz e realizado que é hoje.

O perdão também é uma penitência, que faz bem aos dois lados: a quem perdoa e a quem é perdoado.

O amor de mãe é o mais belo retrato do amor de Deus por nós. “Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!" (Is 49,15). Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa, enfrentou situações difíceis, como a fuga para o Egito, a morte do Filho na cruz... Sinal de que ela se exercitava no auto domínio, a fim de promover a vida. Santa Maria, rogai por nós!

Escrito por:
Padre Antônio Queiróz dos Santos (Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R)
Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R (in memoriam)

Missionário redentorista, recolheu ao longo de seu ministério centenas de histórias que falam de forma simples e popular da fé e das realidades do povo de Deus.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Pe. Queiróz, C.Ss.R., em Histórias de Vida

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...