Quando o Papa São João Paulo II veio ao Brasil, em 1980, esteve em Manaus. E lá, o índio Marçal fez um discurso para ele, em nome dos índios brasileiros. Marçal disse:
“Santo Padre, nós éramos uma grande nação, antes de 1500. Mas hoje vivemos à margem daquilo que os brancos chamam de civilização. Somos espoliados e estamos morrendo aos poucos, sem encontrar caminho de saída, porque os que tomaram o nosso chão são bem armados e poderosos. Nós queremos pedir a Vossa Santidade que nos ajude a salvar a nossa raça.”
Marçal era o líder nacional dos índios. Três anos depois, em 1983, ele foi visitado por um grupo de fazendeiros. Estes lhe ofereceram cinco milhões de Cruzeiros e disseram:
“Pegue este dinheiro. Você é pobre e está precisando. E fale para os índios Kaiowás, do Tocantins, irem embora daquela terra”.
Marçal ficou irritado com a tentativa de suborno, pois isso não é costume entre os índios. Ele respondeu: “Nada disso. Aquela terra é dos Kaiowas. Aliás, vou lá ajudá-los a resistirem”.
Então os homens o ameaçaram dizendo: “Você vai se dar mal”. “Nada feito”, confirmou Marçal. “Vocês não prestam. Podem levar o seu dinheiro. Sou pobre sim, mas não vou me sujar com o dinheiro de vocês”.
Os homens se retiraram. Naquele mesmo dia, Marçal foi morto. Era o dia 25/11/1983.
A ganância da riqueza cega a pessoa e a leva a colocar a vida humana em segundo lugar, sacrificando-a para salvar a riqueza. “Vós não podeis servir a dois senhores.”
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