A igreja das Fronteiras, em Recife (PE), realiza hoje (27) uma missa em memória aos 14 anos de falecimento de Dom Helder Câmara, o seu mais ilustre morador.
A celebração será presidida às 19h pelo capelão da igreja, padre José Augusto, que foi cerimoniário de Dom Helder quando ele era arcebispo emérito de Olinda e Recife (PE).
Elisabeth Barbosa, diretora cultural do atual Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC), fundado por Dom Helder, na época com o nome ‘Obras de Frei Francisco’, onde está localizada a igreja das Fronteiras, falou com entusiasmo sobre a data e a manutenção da obra deixada pelo arcebispo de Recife.
“Para o instituto é importantíssimo manter viva a memória de Dom Helder. Realmente é uma fidelidade muito grande dos que acompanharam Dom Helder e dos que hoje procuram conhecê-lo, especialmente os estudantes que pesquisam a sua pessoa. Por meio destes, a sua memória será sempre renovada”.
O instituto atua na divulgação das mensagens de seu fundador e tem como braço social o trabalho desenvolvido pela Casa de Frei Francisco. Mantém ainda, dois projetos específicos: o Memorial Dom Helder Camara e ‘Obras Completas’, uma coleção de volumes formados de textos escritos pelo arcebispo ao longo de sua vida.
Dom Fernando Saburido, atual arcebispo de Olinda e Recife, falou ao A12.com por telefone sobre a celebração e algumas características marcantes do arcebispo.
“Hoje nós celebramos os 14 anos de morte de Dom Helder, que marcou profundamente a vida desta arquidiocese. Um verdadeiro profeta, que assumiu um compromisso muito grande com os pobres e que também foi um homem de grande espiritualidade, que marcou sua vida pelas vigílias que fazia diariamente”, lembrou.
Conhecido internacionalmente como o ‘Dom da Paz’, o arcebispo foi um dos maiores líderes da Igreja Católica, reconhecido por sua atuação na defesa dos direitos humanos e sociais. Dom Helder foi um dos fundadores da CNBB, em 1952, e seu primeiro secretário geral.
Fiéis admiradores do arcebispo têm procurado viabilizar nos últimos meses a abertura do processo de beatificação, segundo informações da Revista Dom Total.
Para Dom Fernando, essa expectativa é nutrida por um desejo justo pelo exemplo e testemunho deixado por Dom Helder.
“É um homem que com certeza está na glória de Deus. Existe um desejo pela entrada de um processo de beatificação de Dom Helder e ele merece. E no futuro, quem sabe Deus, possamos ter a oficialização de Dom Helder como santo”.
Para Elisabeth a beatificação é uma consequência do que Dom Helder fez em vida. “Ele fez tantos milagres. Do ponto de vista do que ele sonhou, do que ele lutou pela Igreja, pela sociedade, isso tudo está vivo. Se ele se tornar beato, tudo bem, será muito bem-vindo”.
Uma frase de Dom Helder resume bem o seu ministério evangelizador:
“É bom que ninguém se iluda, ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus e faz sua opção interior e arranca-se de si e parte para lutar pacificamente por um mundo mais justo e mais humano, não pense que vai encontrar caminho fácil, pétalas de rosas debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda a parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus. Quem se arranca de si e parte como peregrino da justiça e da paz, prepare-se para desertos” (Núcleo Memória Dom Helder/Puc Rio).
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