Por Redação A12 Em Igreja

2014 bate recorde de conflitos pela água no Brasil

Diante da grave crise urbana da água que se instalou em diversos Estados brasileiros, o número de conflitos rurais por água bateu recorde em 2014. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou nesta segunda-feira, 16, alguns números e análises sobre os conflitos pela água no campo. Foram registradas 127 ocorrências desse conflito com 42,8 mil famílias envolvidas. Esse foi o maior número registrado nos últimos dez anos.

falta de água

O relatório inédito da CPT ainda não foi lançado integralmente; os dados divulgados fazem parte da análise que é apresentada anualmente pela Comissão. Desde 2002, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) faz o registro dos ‘Conflitos pela Água no campo'. Antes desta data, já desde o início da publicação do ‘Conflitos no Campo Brasil’, em 1985, entre os conflitos por terra registravam-se os conflitos gerados pelas barragens para construção de hidrelétricas ou outros pequenos açudes.

De acordo com a Comissão, ao multiplicar o número médio de cinco pessoas, que compõe uma família rural, conforme metodologia do Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da CPT, serão aproximadamente 214.075 pessoas que estiveram envolvidas nesse tipo de conflito em 2014.

Ranking dos 10 últimos anos

Os Estados brasileiros onde observa-se o maior número de famílias atingidas são os que possuem grandes projetos de “desenvolvimento”. Segundo a CPT, o Pará é o Estado com o maior número de famílias envolvidas nesse período (69.302), a maior parte por conta da Construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Além disso, o chamado “Complexo Hidrelétrico Tapajós”, que prevê a construção de sete usinas ao longo dos dois rios, no oeste do Pará, vai impactar diretamente 32 comunidades tradicionais, entre quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas e cerca de dois mil quilômetros de território indígena, principalmente da etnia munduruku.

O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar no número de famílias envolvidas nesses dez anos, devido, sobretudo, à implantação do complexo industrial da Companhia Siderúrgica do Atlântico. Somente neste conflito estão envolvidas mais de oito mil famílias. Nesse período foram 66.687 famílias envolvidas nesse tipo de conflito no Estado, ficando atrás somente do Pará.

Em Minas Gerais, o terceiro no ranking, foram 26.179 famílias envolvidas, a maior parte em conflitos com barragens e açudes. Rondônia vem a seguir, com o envolvimento de 23.312 famílias, envolvidas em sua maioria, com a construção das Usinas de Jirau e Santo Antônio.

“Pelo que se vê deste quadro, o maior número de conflitos no período de dez anos são os provocados pelo Uso e Preservação da água (346), seguido de perto pelo de barragens (325), e, com menor incidência, o de apropriação particular (86)”, destaca nota da Comissão.

Conflitos urbanos

Quanto à chamada “crise hídrica” que afeta os Estados da região Sudeste do Brasil, a análise estima que mais de 37 milhões de pessoas estariam envolvidas de alguma forma nesses conflitos.

Confira mais dados da análise e os gráficos no site da CPT.

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