Por Redação A12 Em Igreja

Dom Dirceu Vegini preside missa pelos 100 anos de emancipação de Foz do Iguaçú

A cidade que abriga um dos mais belos cartões postais do Brasil, a paranaense Foz do Iguaçú, comemora seu primeiro centenário de emancipação como município nesta terça-feira (10). A cidade foi criada no dia 14 de março de 1914, pela Lei 1383, com o nome de 'Vila Iguaçu', e instalada efetivamente no dia 10 de junho do mesmo ano, com a posse do primeiro prefeito, Jorge Schimmelpfeng, e da primeira Câmara de Vereadores. Apenas em 1918, que foi denominado o nome atual do município.

Para celebrar a data diversas atividades foram programadas pela prefeitura e instituições importantes da cidade, entre elas uma missa especial presidida pelo bispo da diocese, dom Dirceu Vegini, às 19h, na Paróquia São João Batista, no centro da cidade. 

Foto de: reprodução. 

Cataratas do Iguaçú

As Cataratas do Iguaçu receberam em 2012 o título de Novas Sete Maravilhas da Natureza. 

 

Dom Dirceu escreveu um artigo especial para a comemoração rendendo graças a Deus pelas inúmeras bênçãos concedidas ao município. "'Deus habita esta cidade' pela sua maior riqueza: o seu povo. Um povo trabalhador, que luta, que sonha e que, apesar de tantas dificuldades, persevera com fé e alegria", destacou o bispo. 

Leia na íntegra a carta especial de dom Dirceu Vegini:

Foz do Iguaçu – “Deus habita esta cidade” (Sl 47,9) 

foz-do-iguacuCom alegria celebramos o Centenário de Emancipação Político-Administrativa de Foz do Iguaçu. “Deus habita esta cidade” (Sl 47,9), com o salmista elevamos o louvor ao Senhor que estabeleceu morada entre seu povo e o guarda e o protege.

Foz do Iguaçu é a cidade das águas, ela que gera vida e é a grande responsável pelo desenvolvimento do nosso município, seja pelas belezas naturais das Cataratas, verdadeira arquitetura Divina, ou pelas fronteiras ou, ainda, pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. A água recorda a purificação, a vida nova que todos são convidados a experimentar em Deus, “que habita esta cidade”.

Nosso padroeiro, São João Batista, aparece na Sagrada Escritura junto ao Rio Jordão, onde batizava com água e dava testemunho de Cristo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.” (Jo 1,29.34). A “cidade onde Deus habita” também reconhece, como João Batista, as maravilhas operadas pelo seu povo em toda a sua história. E tantas foram as benevolências do Senhor para conosco nestes cem anos, e muitas ainda estão por vir.

“Deus habita esta cidade” por meio de tantos imigrantes e migrantes que para cá vieram e continuam se dirigindo. Nossa terra é marcada pela diversidade étnica, religiosa e cultural e da mesma forma deve ser distinta pelo respeito, diálogo e paz.

“Deus habita esta cidade” na tríplice fronteira, pela promoção da vida, pelo respeito para com as nações paraguaia e argentina, “Nestes rios se confundem nações, num abraço de mútuo fervor; somos porto de mil corações.” (Hino do Município de Foz do Iguaçu)

 “Deus habita esta cidade” em tantos turistas, de todos os lugares do mundo que vem nos visitar e conhecer a Arquitetura Divina, a Maravilha do Mundo Moderno, os Parques, e as duas nações irmãs.

“Deus habita esta cidade” no seu desenvolvimento e progresso, na agricultura, indústria e comércio. Entretanto, “o desenvolvimento não se reduz a um simples crescimento econômico. Para ser autêntico, deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo” (Papa Paulo VI, Popolorum Progressium, n.14)

“Deus habita esta cidade” pela sua maior riqueza: o seu povo. Um povo trabalhador, que luta, que sonha e que, apesar de tantas dificuldades, persevera com fé e alegria. Um povo que tem em si mesmo a cultura do encontro e da acolhida, tão necessários nos nossos dias. Deus se revela em nossa cidade pela caridade da sua população, pelas batalhas vencidas, pela esperança de dias melhores, pela busca diária da justiça e da paz.

“Deus habita esta cidade”, pois aqui vive um povo que tem fé em Deus e na sua ação. Não pode haver cidade alheia à presença de Deus. É necessário o diálogo inter-religioso, o respeito às diferenças de crença, mas também urge a transmissão dos valores que advém com fé: a tolerância, o respeito, a defesa da vida da concepção à velhice, o amor, a fraternidade, a caridade, a solidariedade. Este Deus que aqui faz morada, que é Pai, torna-nos irmãos. E irmãos de verdade amam, zelam e preocupam-se um com outro. Sim! Nós somos morada de Deus, somos seu rosto e sua voz.

Contudo, nesta cidade em que Deus habita, nós, os seres humanos, presenciamos e ocasionamos tantas situações que se contrapõe a este Deus bondoso. A violência marcante, que causa insegurança às famílias. A dor que vemos em tantos pais e mães, que choram a morte prematura dos seus filhos jovens, vítimas do trânsito, do tráfico de drogas, de armas e de pessoas. Há ainda tantas situações que exploram e ferem a dignidade humana. A prostituição, a corrupção, a miséria e a indiferença que, pouco a pouco, nos afastam do amor de Deus. É no rosto de tantas pessoas excluídas, maltratadas, violentadas, marginalizadas, que Deus habita, neles encontramos a face de Deus e a eles podemos revelar a face de Deus que é presença em nós.

“Deus habita esta cidade” e sua presença é ação, não nos mantém acomodados e incapazes diante das realidades negativas, mas incita à ação, à missão, a sair ao encontro dos que estão abandonados, perseguidos, famintos, aprisionados. Tanto já foi feito nestes anos, mas muito ainda temos a caminhar e transformar. É necessário o comprometimento e a consciência de cada cidadão. É preciso o coração aberto para acolher e trabalhar, para servir e amar.

Que Nossa Senhora de Guadalupe nos ajude a construir uma cidade em que impera a tão necessária cultura do encontro, do amor, da fraternidade, da justiça, da solidariedade e da paz. Na alegria da comemoração hodierna, em que festejamos este centenário, elevamos os nossos agradecimentos, súplicas e preces ao Senhor, para que nossa Foz do Iguaçú, seja reflexo da Jerusalém Celeste, a Cidade de Deus, este Deus que já habita nossa cidade.

“Sim, mil graças por tanta beleza ó Senhor!
Sempre mais a progredir,
Que em passado de heroica nobreza,
Seja o aval de nosso porvir!”
(estrofe do Hino de Foz do Iguaçu). 

Parabéns Foz do Iguaçu! Parabéns a todos que construíram e constroem esta história!

Dom Dirceu Vegini
Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu

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