Por Polyana Gonzaga Em Igreja Atualizada em 25 OUT 2019 - 17H19

Dom Evaristo Spengler: "As mulheres têm hoje uma presença decisiva na Igreja da Amazônia"

Bispo de Marajó (PA) comenta ministério oficial para mulheres na Igreja

Um ministério oficial para mulheres foi um tema pedido por 40% das pessoas que participaram do processo de escuta do Sínodo para a Amazônia.

Segundo as palavras do bispo da Prelazia do Marajó, no Pará, Dom Evaristo Spengler, "se olharmos na história da Salvação, tanto no antigo como no Novo Testamento, percebemos uma presença decisiva de mulheres", afirmou.

“Como tem patriarcas, tem matriarcas; como tem profetas, tem profetizas; como tem juízes, tem juízas que conduziram o povo ao longo da história. E também a maior das mulheres, que é Maria, destacou ele.

Polyana Gonzaga/ A12
Polyana Gonzaga/ A12


Dom Evaristo lembrou também que São Paulo cita diaconisas nas Igrejas dos primeiros tempos“Temos a presença de santas na Igreja. Não é por falta de santidade que não podemos ter diaconisas na Igreja. A partir do século XII, até hoje, temos mais santas canonizadas do que santos. Temos Doutoras da Igreja, conselheiras de Papas. Na história da Igreja, na história da Salvação, as mulheres são muito importantes”.

Dom Evaristo ressaltou que “Se olharmos para a Amazônia, mais de 60% das comunidades são coordenadas por mulheres. São a maioria das catequistas, ministras da Palavra, ministras da Eucaristia. As mulheres têm hoje uma presença decisiva na Igreja da Amazônia”.

Sobre a comparação com as igrejas evangélicas, em especial as pentecostais, que possuem um pastor presente junto à comunidade, enquanto os padres católicos estão presentes apenas uma vez ao ano em regiões do interior da Amazônia, Dom Evaristo comentou que o Papa Francisco tem insistido que a Igreja seja "uma Igreja de presença, e não somente de visita" e o Sínodo tem dado atenção a esta problemática.

Dom Evaristo citou ainda que o Papa emérito Bento XVI dá um passo importante para esse caminho. O Pontífice altera o cânon 1009: "acrescentar-se-á um terceiro parágrafo, no qual se precisa que o ministro constituído na Ordem do episcopado ou do presbiterado recebe a missão e a faculdade de atuar na pessoa de Cristo Cabeça, enquanto os diáconos servem ao povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade".

Segundo o bispo, este é um ponto importante, que abre caminhos para a ordenação de mulheres. “A história da Igreja merece atenção maior a que tipo de ministério é esse. Este é a questão que se coloca agora”.

“As mulheres já exercem um papel fundamental na Igreja, mas de forma extraordinária. São ministras extraordinárias da comunhão, do batismo, da Palavra. Mas quando você tem uma ordenação, se torna oficial. É essa representação local que nós queremos para a Igreja na Amazônia para que o povo se sinta próximo dos ministros ordenados na Igreja”.

Dom Evaristo ainda falou que existem outros tipos de ministérios, como de Coordenação de Comunidade, Ministério da Palavra oficializado. Então, existem caminhos, que talvez, o documento final do Sínodo aponte.

Próximos passos

A partir de agora, é necessário aguardar a apresentação do documento em plenário para os bispos e, amanhã (26), a votação dos padres sinodais. O documento será entregue ao Papa Francisco com apontamentos para novos caminhos para a evangelização na Região Pan-Amazônica. Posteriormente, o Santo Padre publicará uma exortação apostólica.

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