Diante dos constantes ataques aos cristãos e outras minorias religiosas no Iraque a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, sediada em Portugal, lançou a campanha “Jornada de Oração pela Paz no Médio Oriente”, para unir cristãos de todo o mundo neste dia 7 de outubro, memória de Nossa Senhora do Rosário.
“É isso que a Fundação AIS está a promover com a iniciativa ‘Um milhão de Terços’. Rezar o Rosário, pedindo a Nossa Senhora a graça da paz para o Iraque e para todo o Médio Oriente”, destaca nota da organização.
A corrente de oração pede que as orações sejam feitas na intenção da paz em todo o Médio Oriente, em especial para o Iraque e a Síria, países flagelados pelas ações terroristas do autoproclamado Estado Islâmico.
A iniciativa é também uma resposta ao apelo de Dom Louis Sako, Patriarca dos Católicos Caldeus e presidente da Conferência Episcopal do Iraque diante do que ele definiu como “o genocídio e a barbárie” que têm vitimado milhares de cristãos e membros de outras minorias étnicas às mãos dos jihadistas do Estado Islâmico.
“Por favor, não se esqueçam de nós. Rezem por nós!”, rogou dom Louis.
“N” de nazareno
Antes de obrigar a escolher entre a conversão imposta, a fuga ou a morte, os extremistas islâmicos marcaram todas as casas dos cristãos com o símbolo ن , muitas vezes escrito com um círculo.
Nun (ن), é a 14ª letra do alfabeto árabe e equivale ao N, no nosso alfabeto. É a primeira letra da palavra ‘Nazarenos’, que os muçulmanos usam desde o século VII para se referirem aos cristãos.
Apelo do arcebispo da Arquidiocese de Ankawa-Erbil
Foto de: reprodução AIS.
Para o arcebispo de Ankawa-Erbil, dom Bashar Warda,
redentorista, o governo iraquiano é culpado
pela expulsão dos mais de 12 mil cristãos.
Somente em Mossul, a segunda cidade mais importante do Iraque, os 35 mil cristãos que nela moravam tiveram que fugir às pressas. Suas casas foram assinaladas e confiscadas.
Para o arcebispo caldeu, dom Bashar Warda, missionário redentorista, o governo do Iraque é culpado pela expulsão dos mais de 120 mil cristãos que foram forçados a abandonar suas casas aterrorizados pelos extremistas.
“Os cristãos não receberam qualquer apoio do governo central. Não fizeram nada para com eles, absolutamente nada”, assinalou o arcebispo em nota à Fundação AIS.
“O governo em Bagdá recebeu muita ajuda da comunidade internacional para as pessoas deslocadas de Mossul e Nínive, mas não houve nenhum sinal disso aqui”, destacou referindo-se à Arquidiocese de Ankawa-Erbil que se tornou um dos refúgios para milhares de pessoas que fugiram de Mossul.
A diretora de projetos da Fundação AIS Regina Lynch, que esteve recentemente no Iraque para ajudar a definir estratégias de apoio aos milhares de refugiados, conta o desespero das famílias cristãs no país.
“A vida deles está completamente virada do avesso. Os refugiados abrigam-se em igrejas, alguns deles estão em parques, vivendo em tendas. Nesta época do ano, as temperaturas atingem os 45 graus. São condições muito difíceis. Conhecemos uma família que demorou cinco horas a fazer uma viagem que normalmente demoraria uma hora e meia. Eram 24 pessoas numa ‘carrinho’ que transporta 8 no máximo. Isto mostra a forma desesperada como as pessoas tiveram de abandonar a região. Há pessoas a viver em abrigos e que estão a ser registadas neste momento. É difícil ter um número exato, mas sabemos que há cerca de 70 mil refugiados à volta de Ankawa e 60 mil nas áreas a norte de Mossul. Mas a todo o momento há pessoas chegando, famílias batendo à porta, à procura de um lugar para ficar”, informou.
Participe da campanha. Acesse mais informações: https://www.fundacao-ais.pt/uploads/noticias/edicao_1412611629_7321.pdf
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.