Por Polyana Gonzaga Em Igreja Atualizada em 23 OUT 2019 - 08H29

Líder do Movimento dos Atingidos por Barragens comenta violência no Pará

A cidade de Altamira, no Pará, está entre os dez municípios mais violentos do Brasil, segundo o ranking do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados de 2016.

Grande parte dessa violência resulta dos inúmeros desequilíbrios e problemas gerados pela construção da Usina de Belo Monte sobre o Rio Xingu, no Pará.

Polyana Gonzaga
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“Vivemos um momento muito difícil com os povos tradicionais, povos que habitam na região da Amazônia, na região do Xingu, onde temos grandes projetos de mineração e hidrelétricas sendo construídos”. O desabafo é da Coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Edisangela Barros.

O movimento que Edisangela representa atua há 20 anos em defesa dos direitos dos atingidos, da água e da energia.

“O alto índice de violência do nosso município é em decorrência da construção da Usina de Belo Monte e já estão prevendo a construção da barragem de rejeitos. Existe também uma pressão para iniciar uma extração de ouro na região. Ainda nem nos recuperamos do grande impacto que foi Belo Monte e já querem colocar uma barragem na nossa região. Não queremos isso, pois causa um impacto social e ambiental, prejudicando as comunidades tradicionais”, completou.

Edisangela ainda denuncia os massacres nos presídios e fora deles. “Também há mulheres e jovens sendo assassinados nas comunidades, nos reassentamentos urbanos coletivos”.

Leia MaisJovem da Comunidade Anglicana partilha experiência no Sínodo da Amazônia‘Abrir a mineração em terras indígenas significaria a morte da Amazônia’, diz padre sinodalSegundo a coordenadora do MAB, muitas lideranças têm sido perseguidas e ameaçadas diariamente, por defender os direitos dos povos indígenas e dos povos tradicionais.

Para ela, o Sínodo para a Pan-Amazônia é um espaço importante e fundamental para dar destaque à violação dos Direitos Humanos enfrentada na região.

“Para nós o Sínodo é importante e fundamental. Este espaço é oportunidade de sermos ouvidos. A experiência da Tenda da Casa Comum tem sido muito boa, tem reunido várias etnias da Amazônia e de muitos outros países”, afirmou.

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