O Dia Mundial de Luta contra a AIDS é celebrado em todo o mundo no dia 1º de dezembro. Frei Luiz Carlos Lunardi, assessor nacional da Pastoral da Aids, em entrevista ao A12 falou sobre a preparação para a data, fez um balanço sobre as ações da Pastoral em 2014 e adiantou as metas que devem ser atingidas em 2015. Confira:
A12 - Quais são as principais atividades para o dia mundial de luta, 1º de dezembro?
A Pastoral da Aids há vários anos vem implementando, no dia 1 de dezembro, dia mundial de luta contra a Aids, iniciativas e ações com o objetivo de informar e orientar toda a população sobre a epidemia do HIV e Aids e da necessidade do diagnóstico precoce para HIV. Este ano todo trabalho será concentrado em uma campanha que será lançada dia 27 de novembro as 15hs em Brasilia, na sede da CNBB, convocando toda a Igreja, bispos, padres, pastorais e leigos a se engajarem na luta contra a Aids e principalmente na informação e orientação para que a população vá à rede de saúde buscar o diagnóstico precoce para HIV. Hoje o teste é rápido, seguro e sigiloso, está disponível na rede de saúde e é um direito de todos. Após o lançamento da Campanha em Brasilia, as dioceses, paróquias, pastorais e equipes da Pastoral da Aids implementarão ações que possam alertar à população sobre a epidemia da Aids e ajudá-las no acesso ao diagnóstico precoce.
A12 - Como avalia o trabalho pastoral realizado em 2014?
Foto de: Grupo SOS Vida
Frei Luiz Carlos Lunardi,
assessor nacional da
Pastoral da Aids.
Este ano que passou foi um ano diferente. Passaram-se 30 anos da chegada do HIV no Brasil. Muito se fez, mas não foi suficiente para diminuir infecções e óbitos e nem para conscientizar a população da necessidade da testagem precoce e da prevenção.
Por este motivo, o Departamento de Aids do Ministério da Saúde organizou cinco consultas regionais que tiveram como objetivo repensar a resposta brasileira avaliando estratégias, ações e dados epidemiológicos. A Pastoral da Aids foi convidada e participou de todo este processo. Esta participação possibilitou olhar para dentro e acompanhar a avaliação que, de certo modo, influenciou a retomar e estabelecer novos passos, novas ações com novos olhares. Não é mais possível continuar fazendo o mesmo de sempre. A epidemia é dinâmica, a sociedade muda rápida e permanentemente e precisamos acompanhar para poder contribuir.
Portanto, 2014 foi muito produtivo, porém desafiador. Foi um ponto de chegada e um ponto de partida. Agora em outubro realizamos um seminário nacional com o tema “outro olhares, outras respostas”. Foi uma oportunidade para reflexão a fim de que a pastoral possa reinventar-se. É preciso colocar a pessoa como centro do processo pastoral, considerar a diversidade cultural, geográfica e comportamental que temos no Brasil e estabelecer ações e estratégias dinâmicas e atualizadas, se quisermos atingir as populações mais vulneráveis. É preciso falar com as pessoas através dos meios que elas se comunicam hoje. Neste aspecto, o Documento de Aparecida se torna vivo e desafiador quando fala de “novos métodos pastorais”.
A epidemia é dinâmica, a sociedade muda rápida e permanentemente e precisamos acompanhar para poder contribuir.
A12 - Quais são as metas da Pastoral da Aids para 2015?
Nos últimos anos, a medicina e a ciência avançaram no aspecto de novas descobertas de tratamento. Hoje se fala muito em “testar e tratar” como meio de descobrir a doença antes que ela se manifeste, tratar a todos os que se descobrem infectados e tornar a carga viral indetectável de todos os que estão em tratamento. Essa meta é importante porque diminuirá significativamente o vírus circulante, diminuindo a possibilidade de transmissão do HIV. Assim se evitará óbitos que estão em níveis altos e garantirá qualidade de vida aos que fazem o tratamento. A novidade da Pastoral da Aids para os próximos anos é usar todo seu potencial de liderança, equipes de agentes e capilaridade para implementar ações no trabalho de acesso a estes benefícios à toda a população.
A12 - Percebe redução da discriminação e mais conhecimento por parte dos brasileiros?
Penso que avançamos muito, principalmente na visibilidade das violências e na defesa dos direitos humanos. Porém, o ideal ainda se mostra distante. Convivemos diariamente com situações de pobreza, violência, discriminação e preconceito. Temos todos os meios, farta informação e veloz comunicação, porém não acredito que toda esta informação chegue adequadamente e nem que convença às pessoas ao cuidado, à defesa da vida e à prevenção. Nota-se um hiato imenso entre informação e a capacidade e determinação para adequar seu comportamento de forma segura. Não podemos desesperar e nem desanimar. A formação humana integral é urgente e a informação adequada para comportamento preventivo é a grande meta.
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