Pastoral da Criança completa 25 anos na Arquidiocese de Aparecida

A Pastoral da Criança completa, neste mês de dezembro, 25 anos de trabalho na Arquidiocese de Aparecida. Uma Celebração Eucarística será presidida pelo Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, nesta sexta-feira (06), às 16h, na matriz da Paróquia São Roque, em Aparecida (SP).  

O trabalho de implantação da Pastoral da Criança na arquidiocese começou em 1988 na Paróquia São Pedro, em Guaratinguetá, através do Padre José Minutti. Quem conta essa história é a Irmã Lourdes Nunes dos Reis, FMA, que ajudou nesse trabalho. 

Revista da Arquidiocese – Como começou a Pastoral da Criança na Arquidiocese?

Irmã Lourdes - O Padre José Minutti confiando nas Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora, recém- chegadas na Casa Betânia, abriu-lhes as portas para qualquer pastoral a que quisessem se dedicar. Eu comecei com a Pastoral da Criança porque havia participado de um treinamento com a Doutora Zilda Arns em São Paulo. 

RA – Como o trabalho começou a ser feito?

Irmã Lourdes - Habituada desde a minha adolescência ao “VER- JULGAR- AGIR” da AÇÃO Católica aderindo ao desejo da doadora da Casa Betânia ao nosso Instituto (D.MARIA MARCONDES) de assistir a mães solteiras, o primeiro passo foi convocar algumas mulheres da vizinhança para que, juntas, fizéssemos um levantamento das gestantes e mães-jovens moradoras no bairro. Lembro que só no IAPI identificamos quinze delas.

Depois a prioridade foram as da Rua Eufrásio Fernandes, das moradias cujo quintal dava direto na beira do Paraíba. Com a adesão das primeiras que desejaram assumir, promovemos o PRIMEIRO TREINAMENTO DE COORDENADORAS E LIDERES DA PASTORAL DA CRIANÇA. Com o tempo fomos ao Potim, Roseira, Lagoinha e às paróquias de Guará e Aparecida. Aqui expresso meu agradecimento de coração a todas as queridas lideres que com tanto amor e dedicação juntamente com as coordenadoras, com coragem e dedicação assumiram esse lindo processo, hoje com a Coordenação de nossa amiga MARIA AUXILIADORA. 

RA – Quais foram as principais dificuldades para a implantação da Pastoral?

Irmã Lourdes - Dificuldades? Na verdade não me lembro delas...tantas foram as respostas, a dedicação de cada agente, o apoio de cada Pároco...E até mesmo a aceitação e adesão de setores e de profissionais de saúde, quando fomos informando, publicando o valor das alternativas alimentares e da multimistura .Foram muitos os que participaram de treinamentos com as orientações da Doutora Clara Takaki Brandão, da Irmã Rute Cardoso (FMA) e com a colaboração das equipes de Pastoral da Criança de São José dos Campos e de Pindamonhangaba.

E ainda tivemos a presença da Dra Zilda Arns, com o apoio da coordenação estadual. Depois também pudemos ir às escolas, convocando diretoras, professores e merendeiras para os treinamentos de alternativas alimentares- tendo um espaço físico cedido pelo Padre Toninho, então pároco do Puríssimo Coração de Maria.

Depois de 25 anos, 12 paróquias da arquidiocese já possuem o trabalho da Pastoral da Criança. Quem explica como funciona o trabalho da pastoral atualmente é a coordenadora Maria Auxiliadora Silva de Abreu. 

RA - Como funciona a Pastoral da Criança na Arquidiocese de Aparecida?

Maria Auxiliadora - A Pastoral da Criança na Arquidiocese de Aparecida funciona através de organização de comunidades e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem para orientar e acompanhar as famílias.

Fundamentada na MÍSTICA que une fé e vida, nossa missão é promover o desenvolvimento das crianças, do ventre materno aos 6 anos, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. 

RA - Qual o balanço de atendimento?

Maria Auxiliadora - Hoje atuando em 12 paróquias e 36 comunidades, contamos com 120 líderes e 80 apoios. Temos, conforme estatísticas fornecidas pelo senso 2012, 5 mil crianças pobres na nossa arquidiocese, mas acompanhamos somente 1.500 crianças. Precisamos de mais líderes para implantar a Pastoral da Criança e poder ir até as periferias, onde estão as gestantes e crianças pobres. Precisamos de discípulos missionários que abracem essa causa com amor.

Foto de: Arquidiocese de Aparecida

Passado e presente: Irmã Lourdes
e Maria Auxiliadora

Hoje temos avanços, principalmente no que se refere às crianças desnutridas, que antigamente morriam por causas evitáveis. Com o soro caseiro e a multimistura conseguimos salvar muitas crianças na nossa arquidiocese.

No decorrer da caminhada, a desnutrição foi desaparecendo. Hoje o grande vilão é a obesidade nas crianças. Por isso, a pastoral deixou de priorizar a multimistura para entrar com a vigilância nutricional, formando toda a liderança para essa ação nas comunidades e promover a qualidade de vida das crianças. 

RA - O que foi programado para a festa dos 25 anos?

Maria Auxiliadora - Nossa Festa será uma tarde de louvor e agradecimento pela caminhada dos 25 anos. Homenagearemos Dra Zilda, nossa grande intercessora, as primeiras coordenadoras que passaram pela arquidiocese e que fizeram esta história de AMOR, VIDA E ESPERANÇA acontecer.