Professora aposentada vive sonho de ser missionária no Xingu

Ser missionária na Amazônia era o sonho da professora ouropretana Lúgera Silva desde sua juventude. O sonho se tornou realidade no final de abril quando ela foi enviada à Prelazia do Xingu (PA), para a cidade de Altamira, onde se encontra em plena atividade. 

Foto de: Arq. Mariana. 

Lúgera (3ª da direita para a esquerda) participa da reunião da Coordenação do
Encontro de Mulheres um dia após sua chegada a Altamira.

Nos dias de semana Lúgera fica na cidade de Altamira trabalhando na sede do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Nesse trabalho, ajuda na organização de uma Secretaria do Movimento e também na preparação de reuniões e encontros. “No final de semana, fico na cidade de Brasil Novo, na paróquia Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, que tem 40 comunidades”, explica a missionária.

Na paróquia, Lúgera auxilia os padres José Geraldo Vidal e Antônio Claret Fernandes, que pertencem à Arquidiocese de Mariana e estão em missão no Xingu há três anos. “Ao chegar aqui, tive uma acolhida calorosa e senti a alegria de rever os queridos  padres  companheiros (José Geraldo e Claret). Senti a tranquilidade de ser bem recebida, começando logo a participar das atividades: encontro de mulheres, torneio e reuniões”, ressalta. 

O sonho de ser missionária nasceu quando participava dos grupos de jovens ligados ao movimento de Emaús. “Os jovens de Emaús, de cujo grupo eu fazia parte, afirmavam  que passar dois ou três anos convivendo com os povos da região amazônica seria o ‘dízimo de vida’. Por questões familiares e de trabalho, naquela ocasião não foi possível”, lembra.

“Hoje este sonho se realiza e aqui estou vivendo dias de bênçãos e graças”, afirma Lúgera que é professora aposentada.

Segundo o padre Claret as demandas têm aumentado cada vez mais na região. “Hoje estamos acompanhando mais de quatrocentas  famílias. São 93 famílias no Acampamento Novo Horizonte, em Brasil Novo (PA); 300 em Altamira, em processo de deslocamento forçado por causa da barragem de Belo Monte; 40 famílias na área rural de Assurini”, esclarece. Outras 600 famílias, acampadas em Vitória do Xingu, cidade-sede de Belo Monte, começam a ser acompanhadas pelos missionários.