A possibilidade de um Sínodo sobre as Mulheres foi levantada na Assembleia Plenária anual da Pontifícia Comissão para a América Latina (Cal), que ocorreu em março passado, no Vaticano.
O evento reúne cardeais e bispos membros dessa Comissão, para discutir temas relevantes da Igreja neste continente. Neste ano a partir do tema da Assembleia Plenária: "A mulher, pilar da edificação da Igreja e da sociedade na América Latina", foram convidadas para a Plenária, um grupo restrito de 15 personalidades femininas provenientes da América Latina, com diferentes cargos de responsabilidade sociais e eclesiais.
Divulgado nessa semana, o documento final da Assembleia Plenária indica um resumo dos frutos dos quatro dias de trabalho, e cita a necessidade de que a Igreja reflita mais profundamente sobre o papel das mulheres na vida e missão da Igreja.
"Esta Pontifícia Comissão para a América Latina não pretende projetar seus próprios programas e as próprias exigências à Igreja universal, no entanto, coloca-se seriamente a questão de um Sínodo da Igreja universal sobre o tema das mulheres na vida e missão da Igreja. É o que propõe, em síntese, a Pontifícia Comissão para a América Latina (Cal) no documento final da sua Assembleia Plenária, realizada no Vaticano de 6 a 9 de março, sobre o tema 'A mulher, um pilar na edificação da Igreja e da sociedade na América Latina'".
Os membros da Comissão ilustram essa necessidade a partir da ideia de que, a mudança de época em que estamos imersos, exige da parte da Igreja um renascimento de seu dinamismo missionário, e "exige uma mudança de mentalidade e um processo de transformação análogo ao que o Papa Francisco conseguiu concretizar com as Assembleias do Sínodo sobre a família - que levou à Exortação Apostólica Amoris laetitia - e que agora se propõe com a próxima Assembleia sinodal sobre os jovens", lê-se no documento, publicado pelo L’Osservatore Romano.
"A Igreja Católica, seguindo o exemplo de Jesus, deve ser muito livre de preconceitos, dos estereótipos e das discriminação sofridas pela mulher, defende a Cal. As comunidades cristãs devem realizar uma séria revisão de vida para uma "conversão pastoral", capaz de pedir perdão por todas as situações em que foram e ainda são cúmplices de atentados à sua dignidade”.
“A abertura às mulheres deve proceder da nossa visão de fé e da conversão, que olha para o futuro com esperança, a partir do Evangelho de Jesus, que demonstrou 'liberdade', respeito e uma extraordinária capacidade de reavivar a chama do amor e da doação pessoal em muitas mulheres que ele encontrou em sua vida pública."
A comissão pede ainda que as Igrejas locais, tenham a "liberdade e a coragem evangélica para denunciar todas as formas de discriminação e opressão, violência e exploração sofridas pelas mulheres em diversas situações" e "para introduzir o tema da sua dignidade, participação e contribuição na luta pela justiça e a fraternidade, dimensão essencial de evangelização", acrescenta o documento.
As faculdades de teologia e de filosofia, são também igualmente convidadas "a continuar no aprofundamento de uma teologia da mulher, à luz da Tradição e do Magistério da Igreja, de renovadas reflexões teológicas sobre a Trindade e Igreja, do desenvolvimento das ciências e de maneira particular da antropologia, bem como as atuais realidades culturais dos movimentos e das aspirações das mulheres", defendem.
"Que se promova em todas as Igrejas locais e através das Conferências Episcopais, um diálogo franco e aberto entre pastores e mulheres engajadas em diferentes níveis de responsabilidade (das dirigentes políticas empreendedoras e sindicais, até às lideranças de movimentos populares e comunidades indígenas)", conclui o documento.
Fonte: Vatican News.
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