Tecnologia auxilia na restauração de capela centenária em Campinas

A Capela Nossa Senhora da Boa Morte é uma das maiores capelas construídas dentro de um hospital (centro de edificação da Santa Casa de Misericórdia de Campinas). Tombada pelo Condephaat em 1972 e pelo Condepaac em 1988, tornando-se um importante patrimônio histórico de Campinas, a capela passa por um detalhado processo de restauração.

Na fase atual, o restaurador Antonio Sarasá e a pesquisadora do Instituto de Física Nuclear da USP Elizabeth Kajiya empregam a tecnologia para avaliar e executar a recuperação de até 76% das pinturas originais da capela. Para isso, os equipamentos utilizados são o tomógrafo, microscópio digital, termovisor e uma paleta automática.

Os resultados da análise do tomógrafo aplicado nas paredes e nos murais da Capela Nossa Senhora da Boa Morte permitem estudar as reais necessidades de intervenção e de que forma ela será feita para se chegar à pintura original. A perspectiva é encontrar sob as diversas camadas de tinta as relíquias sobre a história da capela que este ano completa de 144 anos.

A técnica feita é chamada de imageamento e substituirá a raspagem da parede com o bisturi, modo como é feito na técnica convencional. “Com a luz infravermelha pode-se identificar as camadas internas, as técnicas artísticas utilizadas e, agora com esse levantamento, vemos claramente se houve ou não as intervenções de restauro e suas diferentes etapas. Além da luz infravermelha, também foi utilizada luz ultravioleta, que avaliou a interação do material, as áreas de retoques antigos e recentes, e luz rasante, que mostra as deformações, craquelamento e fissuras”, esclarece Sarasá.

As primeiras intervenções consideradas emergenciais começaram a ser feitas na capela em 2009, tendo como proponente pelo restauro o ISI (Instituto de Saúde Integrada). Elas incluíram a retirada de cupins, limpeza de calhas, reboco externo, recuperação do telhado, sala do capelão, sacristia, piso da nave e recuperação da porta e do frontão da capela. Agora, na 6ª etapa do restauro chamada de artística, será iniciada a recuperação das paredes, forro, pilares e piso do mezanino.