Os analistas políticos têm encontrado dificuldade em caracterizar o regime vivido pela Venezuela desde o golpe de estado promovido por Hugo Chávez, em 1998, e continuado por Nicolas Maduro, o seu herdeiro político. Será a Venezuela um regime ditatorial, totalitário ou socialista, por ter elementos de todos, que se misturam na forma como o país vem sendo governado?
Um dos primeiros regimes políticos de exceção que nos vem à mente é a ditadura que, em formas variadas, já existe desde a Roma antiga. Trata-se de uma forma de governo no qual todos os poderes do Estado estão concentrados em um indivíduo, um grupo ou um partido e o ditador não admite oposição a seus atos e ideias, concentrando em suas mãos a maior parte do poder de decisão.
Neste regime, que é antidemocrático, não existe participação da população nos atos de governo, que usa muito o instrumento da propaganda para conseguir apoio popular. Isso se faz pelo uso da censura da imprensa e por instrumentos violentos para conduzir a política e reger a sociedade.
Em geral, um regime ditatorial nega o seu caráter autoritário e arbitrário, dizendo-se popular, democrático e revolucionário, entre outros eufemismos.
Leia MaisO que está acontecendo com a Venezuela30 de julho é o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas e ganha destaque com ação da CNBBOlimpíadas de Paris inovam oferecendo creche para as mamães atletas!Como o marco de 8 Bilhões de pessoas reflete a urgência de cuidar da vidaO avanço dos movimentos extremistas no mundo
Na maioria das vezes, como no passado aconteceu no Brasil, com o Estado Novo, entre 1937 e 1945, e com a Ditadura Militar, que governou o país entre 1964 e 1985, o regime autoritário se justifica atrás de instrumentos democráticos; desse modo, tenta se legitimar a partir de uma aparência democrática, permitindo que os demais poderes, como o Legislativo e o Judiciário, continuem existindo, desde que não ofereçam perigo.
Outro regime de exceção é o totalitário, que também procura ganhar ares de legitimidade fazendo aprovar uma Constituição que lhe faculte amplos poderes. Assim, o governo pode implantar medidas que lhe favoreçam e garantam a continuidade, como a restrição das liberdades, controle da imprensa e controle do Poder Judiciário pela indicação de pessoas leais ao regime. Como Estado de Exceção, o mandatário ganha poderes de governar por decreto.
Na ordem, um terceiro tipo de regime é o socialista. Na sua intuição original, o socialismo seria uma etapa para a construção do comunismo e um período de transição gradativa.
O comunismo seria uma organização social onde não haveria divisão de classes, propriedade individual e nem Estado; logo, não haveria pobreza e nem pessoas super-ricas. Mas, ao longo da história, a maioria dos regimes socialistas fracassaram em sua utopia. Na prática, aquilo que se costuma chamar de comunismo provoca justamente o fechamento dos regimes e a centralização do controle estatal, oposto daquilo que o marxismo propunha. Veja, por exemplo, a situação da Coreia do Norte.
Os historiadores e analistas mais radicais chegam a afirmar que nunca houve, de fato, um país comunista. As experiências concretas baseadas nas ideias comunistas desembocaram em ditaduras ou em estados totalitários.
Numa análise final, se pode perceber a existência de elementos que comuns a todos os regimes elencados, como a restrição das liberdades individuais e a pressão contra os adversários políticos, que vão sendo paulatinamente eliminados.
Um regime de exceção se baseia num forte militarismo, que serve para intimidar e calar as vozes dissidentes. O regime também se apoia numa intensa propaganda ideológica, com o objetivo de doutrinar a população e ressaltar as supostas benfeitorias realizadas pelo regime.
Com a centralização do poder, o líder, por diversas formas, é extremamente reverenciado. Algumas vezes são criados inimigos internos/externos com a finalidade de tirar a atenção da população dos reais problemas do país. O combate a esses grupos inimigos justifica a tomada de medidas extremamente autoritárias. Relembremos o que aconteceu na Argentina, com a Guerra das Malvinas, o que aconteceu com a Venezuela no ano passado em relação à região de Essequibo, na Guiana, ou a guerra da Rússia com a Ucrânia.
Nos regimes de exceção, normalmente a Igreja é colocada no meio dos inimigos declarados da pátria, com a consequente perseguição de muitos de seus membros e a perda da liberdade religiosa.
Em nosso país surgiram grupos políticos que se inspiraram neste ou naquele regime, mesmo nos ideais dos regimes totalitários, como é o caso do integralismo.
O resultado das eleições na Venezuela mais uma vez está colocando o país num terreno já bastante conhecido, gerando o impasse nas relações internacionais, paralisação política e descrédito, como se vê pela contestação da população e pelo questionamento dos governos do Chile, Colômbia, da Argentina e do Peru. Ator essencial no processo, o Brasil até agora não se manifestou.
Por que católico não faz devocional?
O cristão católico pode fazer Devocional desde que seja seguindo a Lectio Divina, um modelo de estudo que a Igreja indica para o estudo e a reflexão.
Conheça o Santuário espanhol de Covadonga
História do templo se confunde com a origem de Portugal
Encontro Continental de Obras e Serviços Sociais Salesianos da América
O Encontro Continental Salesiano em Aparecida celebra 25 anos da RASS, discutindo projetos sociais para jovens vulneráveis. Saiba mais.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.