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Governo da Nicarágua declara ordem dos jesuítas ilegal no país e ordena confisco de bens

A atitude foi a última de uma série de ações cada vez mais autoritárias do governo nicaraguense contra a Igreja Católica no país

Escrito por Redação A12

24 AGO 2023 - 12H08 (Atualizada em 25 AGO 2023 - 10H58)

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O governo da Nicarágua declarou, na última quarta-feira (23), que a ordem religiosa dos jesuítas é ilegal e ordenou o confisco de todas as suas propriedades.

A medida foi tomada uma semana depois que o governo do presidente Daniel Ortega confiscou a Universidade da América Central, administrada pela ordem religiosa dos jesuítas, argumentando que o local era um “centro de terrorismo.

De acordo com a ordem de confisco publicada pelo governo da Nicarágua, a ordem dos jesuítas não havia cumprido com a declaração de impostos. Essa foi a última atitude do governo, de uma série de ações cada vez mais autoritárias contra a Igreja Católica no país.

Em um comunicado, a Província Centro-Americana da Companhia de Jesus fala de agressão injustificada e contínua, em um contexto de total indefensabilidade e terror da população nicaraguense.

O comunicado afirma ainda que foi cancelado o status legal da Associação da Companhia de Jesus na Nicarágua e estabeleceu que a Procuradoria Geral da República transfira ao Estado os bens e imóveis da mesma.

Lê-se ainda que a decisão foi tomada sem qualquer registro dos procedimentos administrativos estabelecidos por lei.

O confisco foi realizado sem dar aos jesuítas uma oportunidade de legítima defesa e sem uma instância judicial imparcial para julgar e interromper esses abusos de autoridade totalmente injustificados e arbitrários.

Jeffrey Arguedas
Jeffrey Arguedas


Antes da publicação do Acordo Ministerial N.105-2023,
o governo já havia retirado um dos bens da Associação Companhia de Jesus da Nicarágua: a residência onde alguns de seus membros moravam em Manágua. Nessa ocasião, além da ocupação da propriedade, os habitantes foram despejados sem lhes dar tempo razoável para recolher e retirar seus pertences pessoais.

A Província Centro-Americana da Companhia de Jesus condena essa nova agressão contra os jesuítas da Nicarágua e considera que ela faz parte de um contexto nacional de repressão sistemática qualificada como "crimes contra a humanidade" pelo grupo de especialistas em direitos humanos sobre a Nicarágua, formado pelas Nações Unidas.

A Província ainda pede que “cesse a repressão e que o governo aceite a busca de uma solução racional na qual prevaleçam a verdade, a justiça, o diálogo, o respeito aos direitos humanos e o Estado de Direito”.

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Fonte: Vatican News

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