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Invasão na Igreja Nossa Senhora do Rosário gera indignação nas redes sociais

Arquidiocese de Curitiba divulga nota de repúdio contra invasão a Igreja Nossa Senhora do Rosário

Escrito por Lais Silva

10 FEV 2022 - 10H12 (Atualizada em 10 FEV 2022 - 13H34)

Reprodução / Arquidiocese de Curitiba

Nos últimos dias, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, sofreu uma invasão liderada pelo vereador Renato Freitas. Na ocasião, um grupo realizou manifestação contra o racismo em razão do assassinato de Moïse Mugenyi. 

Por meio de nota, a Arquidiocese de Curitiba contextualizou o acontecimento. “Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.” - diz o comunicado.

O assunto gerou a indignação nas redes sociais e a cobrança de lideranças religiosas a respeito desta invasão. O padre Fábio de Melo gravou um vídeo em que fala sobre o respeito com a Igreja e o repúdio a profanações em templos religiosos.

“A profanação de templos não é uma novidade aqui no Brasil. As religiões de matrizes africanas convivem constantemente com desrespeitos e profanações há muito tempo. Nós, católicos, deveríamos repudiar toda e qualquer forma de intolerância, pois o mandamento que nos funda consiste em ter amor a Deus e ao próximo.” – disse em sua rede social. 

O padre fala ainda sobre a essência das religiões, que é o amor a Deus e o respeito à comunidade.

Qualquer forma de intolerância religiosa deve ser combatida, pois expressa o contrário do que nos sugere a essência das religiões que é o amor a Deus e o respeito a comunidade” – afirma Pe. Fábio de Melo.Leia MaisIntolerância, tolerância e prudência

Leia na íntegra a nota de repúdio da Arquidiocese de Curitiba sobre a profanação na Igreja do Rosário:

“No dia 05 de fevereiro de 2022, em torno das 17:00h, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.

É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.

Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.

Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.

A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele templo.

Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.

Dom José Antonio Peruzzo
Arcebispo

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