Opinião

Um Natal mais pobre

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

16 NOV 2020 - 08H40 (Atualizada em 16 NOV 2020 - 09H13)

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A perspectiva para uma grande parcela da população brasileira, especialmente para as famílias que recebem o auxílio Bolsa-família deve ser de um natal mais pobre, diante da confirmação do Ministério da Economia de que não haverá o pagamento do 13º salário. Outra nuvem carregada que surge no horizonte é o encerramento do auxílio emergencial pago durante a pandemia do coronavirus, o que deve acontecer também até o final do ano.

Antes da pandemia da Covid-19, cerca de 13 milhões de famílias estavam cadastradas no programa Bolsa Família. Com a crise sanitária, muitos beneficiários desse programa passaram a receber também o Auxílio Emergencial.

Existe a promessa do governo de ampliar o programa, expandindo o auxílio para mais 1,2 milhão de famílias pobres que precisarão de apoio após o fim do “Auxílio Emergencial", a partir de um empréstimo do Banco Mundial.

Do total da população do Brasil, cerca de 85 milhões de pessoas sofrem com o processo continuado de empobrecimento.

O governo já indicou também que pretende substituir o Bolsa-Família pelo programa Renda Cidadã, após as eleições municipais. Troca-se o nome, mas a organização deve continuar a mesma.

Na conclusão, temos duas situações ligadas a essa realidade: De um lado, a impossibilidade das famílias assistidas poupar ao menos uma pequena parcela dos auxílios emergenciais que recebem para os tempos mais difíceis ou de “vacas magras” usando a expressão bíblica. O próprio nome já explica: O auxílio é emergencial, por isso terá um fim. De outro lado, mesmo que sobrasse algum recurso, não há da parte de muitas famílias este hábito de poupança. ou seja, ganhou, gastou. Uma parcela das famílias assistidas gastou o auxílio recebido em coisas extras, até mesmo na compra de “supérfluos”.

Na verdade, o que precisamos é de uma política real e concreta de geração de empregos e de melhoria de condições de vida a fim de que os programas emergenciais não precisem existir indefinidamente, pois todo projeto de ajuda precisa ter um início, meio e fim. É mais educativo que o auxílio seja, de fato, temporal.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida

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Por Redação A12, em Opinião

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