A luta contra o mal é dura e exige paciência, refletiu o Papa no Angelus

A luta contra o mal é dura e exige paciência e oração; essa foi a tônica da reflexão do Papa Francisco no Angelus deste domingo (20) no Vaticano.

“A luta contra o mal é dura e longa, requer paciência e resistência. Assim, há uma luta que deve ser levada avante todos os dias. Deus está ao nosso lado, a fé n’Ele é a força, e a oração é a expressão da fé”, disse o Pontífice aos milhares de fiéis e peregrinos, da janela do apartamento papal, diante da Praça de São Pedro.

Inspirando-se no evangelho dominical, Francisco observou que o clamor da viúva por justiça recorda que a oração insistente é o melhor caminho para encontrar Deus e vencer o mal.

“Clamar dia e noite a Deus! Impressiona-nos esta imagem da oração. Mas vamos nos perguntar: por que Deus quer isso? Ele já não conhece as nossas necessidades? Que sentido tem ‘insistir’ com Deus? Esta é uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus nos convida a rezar com insistência não porque não sabe do que precisamos, ou porque não nos ouve. Pelo contrário, Ele ouve sempre e sabe tudo sobre nós, com amor. No nosso caminho cotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor está ao nosso lado; nós lutamos com ele ao lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença, a sua misericórdia, a sua ajuda”.

E ponderou:

“Jesus nos garante a vitória, mas pergunta: ‘O Filho do homem quando vier, encontrará fé sobre a terra?’ (Lc 18:08 ). Se se apaga a fé, se se apaga a oração, e nós caminhamos nas trevas, nos perdemos no caminho da vida”.

Encerrando a reflexão dominical, o Papa enfatizou que o cristão deve orar sem cessar.

“Rezar sempre, mas não para convencer o Senhor com a força da palavras! Ele sabe melhor do que nós do que precisamos! A oração perseverante é ao invés a expressão de fé em um Deus que nos chama a lutar com ele, cada dia, cada momento, para vencer o mal com o bem”.

Após a oração do Angelus, Papa Francisco recordou o Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo, dizendo que a missão da Igreja é difundir a chama da fé que foi acesa por Jesus, e que isso não se reduz a uma simples doutrinação, mas compartilhar uma chama “que aquece a alma”.  

Por fim, lembrou os missionários que entregam sua vida diariamente ao serviço evangelizador.

“Neste dia estamos próximos a todos os missionários e missionárias, que trabalham muito sem fazer barulho, e dão a vida. Como a italiana Afra Martinelli, que trabalhou por muitos anos na Nigéria. Dias atrás, foi assassinada, num assalto; todos choraram, cristãos e muçulmanos. Ela proclamou o Evangelho com a vida, com o trabalho que realizou, um centro de educação; assim espalhou a chama da fé, combateu o bom combate!”, finalizou.

A missionária referida pelo Santo Padre na oração, Afra Martinelli, de 78 anos, morreu no último dia 12 de outubro, em decorrência de ferimentos causados por um facão, durante um assalto em sua casa no dia 26 de setembro, na localidade de Oguashi-Uku, na Nigéria, onde era missionária.