Durante a oração mariana deste domingo (21), o Papa Francisco fez um alerta sobre a nossa sociedade, frequentemente prisioneira da pressa e do ativismo:
“Somente se o nosso coração não estiver consumido pela ansiedade de fazer, receberemos, no silêncio da adoração, a Graça de Deus”.
“Do Evangelho aprendemos que essas duas realidades, descanso e compaixão, estão interligadas: só quando aprendemos a descansar podemos ter compaixão”. Este foi o cerne da reflexão do Papa Francisco para os milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
A liturgia de hoje (Mc 6,30-34) narra que os apóstolos, ao retornar da missão, se reuniram ao redor de Jesus e lhe contaram o que haviam feito; então, Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. As pessoas, no entanto, percebem seus movimentos e, quando descem da barca, Jesus encontra a multidão que o esperava, e sentindo compaixão, Ele começa a ensinar.
Francisco sublinhou que, de um lado, temos o convite ao descanso e, de outro, a compaixão pela multidão, e completou, “parecem duas coisas inconciliáveis, mas, na verdade, elas se complementam”:
“Jesus se preocupa com o cansaço dos discípulos. Talvez Ele perceba um perigo que também pode afetar nossas vidas e nosso apostolado, quando, por exemplo, o entusiasmo em realizar a missão, assim como as responsabilidades e as tarefas que nos são confiadas, nos tornam vítimas do ativismo, excessivamente preocupados com as coisas a fazer e com seus resultados.”
Segundo o Papa, tais comportamentos impostos pela sociedade e pelo trabalho nos deixam agitados e assim perdemos de vista o essencial, arriscando esgotar nossas energias e cair no cansaço do corpo e do espírito:
“Este é um alerta importante para nossas vidas, para a nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa, mas também para a Igreja e para o serviço pastoral: devemos estar atentos à 'ditadura do fazer'!”
E continuou, dando exemplos do impacto da pressa no cotidiano familiar:
“Irmãos e irmãs, vamos tomar cuidado com a ditadura do fazer! Isso pode acontecer por necessidade, também nas famílias, quando, por exemplo, o pai, para ganhar o pão, é obrigado a se ausentar para trabalhar, sacrificando assim o tempo que poderia dedicar à família. Muitas vezes ele sai de manhã cedo, quando as crianças ainda estão dormindo, e volta tarde da noite, quando já estão na cama. E isso é uma injustiça social. Nas famílias, o pai e a mãe deveriam ter tempo para compartilhar com os filhos, para cultivar esse amor familiar e não cair na ditadura do fazer. Pensemos no que podemos fazer para ajudar as pessoas que são obrigadas a viver assim.”
Ao mesmo tempo, o descanso proposto por Jesus não é uma fuga do mundo, uma retirada para o bem-estar pessoal, recordou o Pontífice. Pelo contrário, diante da multidão perdida, Ele sente compaixão:
“De fato, é possível ter um olhar compassivo, que consegue perceber as necessidades do outro, somente se o nosso coração não estiver consumido pela ansiedade de fazer, se soubermos parar e, no silêncio da adoração, receber a Graça de Deus.”
O Papa então propôs aos fiéis alguns questionamentos para uma reflexão pessoal:
“Que a Virgem Santa nos ajude a 'descansar no Espírito', mesmo em meio a todas as atividades cotidianas, e a sermos disponíveis e compassivos com os outros”, concluiu o Papa Francisco.
Após a oração do Angelus, o Papa voltou a invocar a paz, especialmente em vista dos Jogos Olímpicos de Paris, que começam na próxima sexta-feira (26):
“Que os atletas sejam mensageiros de paz e sinal de uma sociedade inclusiva”.
O Pontífice também voltou mais uma vez o seu olhar para a Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e por tantos outros países em guerra.
As palavras do Papa reiteraram a importância de uma trégua olímpica. Na capital francesa, chegarão para as competições cerca de 11.475 atletas de 205 delegações (russos e bielorrussos competirão como neutros).
Esta será a 33ª edição da era moderna. Segundo Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o diferencial deste ano é a equipe olímpica dos refugiados.
Para este evento mundial tão aguardado, o Papa renova sua esperança:
“O esporte também tem uma grande força social, capaz de unir pacificamente pessoas de culturas diferentes. Espero que este evento possa ser um sinal do mundo inclusivo que queremos construir e que os atletas, com seu testemunho esportivo, sejam mensageiros de paz e modelos válidos para os jovens. Em particular, de acordo com a antiga tradição, que as Olimpíadas sejam uma ocasião para estabelecer uma trégua nas guerras, demonstrando uma sincera vontade de paz.”
Francisco faz novamente seu incansável apelo pelo fim dos conflitos:
“Não esqueçamos, não esqueçamos, a guerra é uma derrota!”
Durante as saudações finais, na conclusão do Angelus, o Papa se dirigiu à Equipe de Nossa Senhora da Diocese de Quixadá, no Brasil.
Fonte: Vatican News
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