Por Ivan Nogueira Em Santo Padre

Bento XVI, o papa que buscou o diálogo entre as religiões

Dom Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa, disse em entrevista à Agência Ecclesia que o pontificado de Bento XVI teve a marca do diálogo.

“É um pontificado marcado por uma tentativa de reconciliação com todos, que avançou muito no diálogo ecumênico. Creio, sobretudo, que é um pontificado que marcou muito no diálogo com o mundo”.

Como essa, outras expressões de consideração pelo ministério de Bento XVI e sua preocupação com o diálogo com as diversas denominações religiosas foram manifestadas ao longo dessa semana.

O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, considerou a amizade do papa e sua busca pela unidade.

“Com a sua sabedoria e a sua experiência teria podido dar ainda muito à Igreja e ao mundo inteiro. Nós ortodoxos considerá-lo-emos sempre um amigo da nossa Igreja e fiel servidor da causa da unidade de todos”.

O Metropolitano Hilarion Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, destacou a “dinâmica positiva nas relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica” sob a liderança de Bento XVI  e citou a sua compreensão sobre os diversos “problemas que impedem a plena normalização das relações entre ortodoxos e católicos, sobretudo em regiões como a Ucrânia ocidental”, e ainda afirmou que a renúncia do papa “deve ser considerada um ato de coragem pessoal e de humildade”.

O Secretário-geral do World Council of Churches, Olav Fykse Tveit recebeu com admiração a decisão do Santo Padre.

“Vimos como ele assumiu a responsabilidade e as dificuldades do seu ministério em idade avançada, num momento muito difícil da Igreja”.

Irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé, manifestou seu agradecimento a Bento XVI recordando a 35ª Etapa da Peregrinação de Confiança através da Terra, um encontro anual para jovens provenientes de toda a Europa e dos outros continentes que aconteceu em Roma no final de 2012 e início de 2013.

“Há apenas seis semanas, a 29 de Dezembro, recebeu-nos calorosamente, com dezenas de milhares de jovens do nosso encontro europeu, para uma oração na Praça de São Pedro. Depois de quinze dias, referiu-se a esta oração como ‘um momento de graça no qual experimentamos a beleza de formar em Cristo uma só coisa’”.

Da comunidade judaica, o rabino-chefe de Israel, Yona Metzger, falou sobre o desejo do papa pela união das diversas religiões e a edificação da paz.

“Agradecemos-lhe quanto fez nos anos de pontificado, uma missão durante a qual agiu para aproximar as religiões e difundir a causa da paz no mundo. Fiquei muito admirado pela sua personalidade e espero que a tradição que iniciou, seja prosseguida”.

O presidente da Muhammadiyah, Din Syamsuddin; a maior organização muçulmana da Indonésia, reiterou que o compromisso realçado por Bento XVI ao longo de seu pontificado “é um propósito que devemos seguir e reforçar no futuro”.

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