Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 03 MAR 2020 - 14H35

Fidelidade matrimonial é "obra prima da humanidade", diz Papa

Retomando a reflexão sobre as promessas que os pais fazem às crianças na catequese anterior, o Papa Francisco abordou nesta quarta-feira (21), a promessa de amor e fidelidade feita pelos esposos no momento do matrimônio. 

“Toda a realidade familiar é baseada sobre a promessa. A identidade familiar é fundada sobre a promessa”, disse o Santo Padre ao iniciar sua reflexão, diante de mais de 30 mil pessoas que estavam presentes na Praça São Pedro. 

“A família vive da promessa de amor que o homem e a mulher fazem um ao outro. Essa promessa comporta o compromisso de acolher e educar os filhos; cuidar dos pais idosos, proteger e acudir os membros mais frágeis da família, ajudar-se mutuamente para realizar suas qualidades e aceitar seus limites. Uma família que se fecha em si mesma é uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver”, acrescentou Francisco.  

 

A partir desse compromisso, o Papa falou sobre a importância da fidelidade na vida matrimonial, dizendo que, hoje, ela parece estar “enfraquecida”. 

“Ninguém quer ser amado somente por seus bens ou por ‘obrigação’. Assim como a amizade, o amor deve sua força e sua beleza ao fato que gera uma relação sem privá-la da liberdade. O amor é livre, a promessa da família é livre, e essa é a beleza. Sem liberdade não pode existir amizade, sem liberdade não existe amor e sem liberdade não existe matrimônio”, afirmou, concluindo que “liberdade e fidelidade não se opõem, mas se sustentam reciprocamente”.  

Papa Francisco destacou então os “danos que a inflação de promessas não mantidas” nos mais diversos campos produz na civilização da comunicação global, “bem como a indulgência pela infidelidade à palavra dada e aos compromissos assumidos”, advertiu. 

“A fidelidade é uma promessa de compromisso que se realiza crescendo na livre obediência à palavra dada. A fidelidade é uma confiança que deseja ser realmente compartilhada e uma esperança que quer ser cultivada’, completou. 

A este ponto, o Papa improvisou lembrando-se do passado, que quando os avós faziam um acordo bastava “dar a palavra e apertar as mãos”, isto “porque existia a fidelidade”, assinalou.

Completando esse pensamento, Francisco comparou a fidelidade matrimonial a uma “obra de arte da humanidade” e um “milagre”, já que sua “força e persuasão nunca cessam de nos encantar e surpreender”. 

Nesse sentido, a honra à palavra, assim como a fidelidade da promessa, “não podem ser compradas nem vendidas, e não se pode obrigar com a força e nem custodiar sem sacrifício”, disse. 

“Nenhuma outra escola pode ensinar a verdade do amor, se a família não o faz”, sublinhou. 

Francisco defendeu então que “é necessário restituir honra social à fidelidade do amor. É necessário tirar da clandestinidade o milagre cotidiano de milhões de homens e mulheres que regeneram o seu fundamento familiar no qual toda a sociedade vive, sem ser capaz de garantir de nenhum outro modo”. 

Esse princípio da fidelidade e da promessa de amor está escrito na criação de Deus como “uma benção perene a qual é confiado ao mundo”, afirmou.

Por fim, o Papa disse que “a Igreja encontra na família uma bênção a ser resguardada, da qual sempre se aprende, antes de ensiná-la e discipliná-la”. 

“O amor pela família humana, na boa e na má sorte, é um ponto de honra para a Igreja. Que Deus nos conceda de estarmos à altura desta promessa!”, terminou Francisco pedindo a todos que rezem pelos Padres Sinodais, para que “o Senhor abençoe seu trabalho, realizado com fidelidade criativa, confiantes de que Ele, o Senhor, é o primeiro a ser fiel em suas promessas”, finalizou. 

Após estas palavras, o Pontífice saudou os diferentes grupos de turistas e peregrinos presentes na audiência. Dirigindo-se aos de fala portuguesa, agradeceu a delegação da Comunidade Hebraica de São Paulo, acompanhada pelo Cardeal Odilo Scherer. “Que esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos”, disse, concedendo a todos a sua bênção apostólica. 

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