Nesta quinta-feira (21), memória litúrgica da Apresentação de Maria ao Templo, a Igreja celebra a Jornada para a Vida Contemplativa, também chamada Jornada ‘Pro Orantibus’, dedicada a todas as comunidades de vida monástica ou de clausura. A atividade se insere na programação do Ano da Fé.
O Papa Francisco, em comunhão com todos os fiéis, irá visitar o Mosteiro de Santo Antonio Abade, em Roma, para agradecer o dom da vida contemplativa de todos os religiosos do mundo nesta tarde.
Mensagem do Cardeal Dom João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica
O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o Cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz, concedeu entrevista à Rádio Vaticano nesta quinta-feira (21) falando sobre a celebração deste dia e sobre a importância da vida monástica para a Igreja.
Na entrevista, Dom João Braz agradeceu a contribuição dos inúmeros homens e mulheres que aceitaram o chamado de Deus para viver esta vocação.
“Quero saudar naturalmente em primeiro lugar, todas as pessoas, homens e mulheres que Deus escolheu para essa vida de contemplação. Nós somos devedores à vida contemplativa dos nossos mosteiros, sejam masculinos ou sejam femininos, somos devedores muito profundamente ao que eles realizam pelo bem da Igreja”, frisou o cardeal.
O prefeito destacou que a vida caracterizada pelo silêncio e recolhimento nos mosteiros é uma antecipação da eternidade:
“A Igreja sempre teve grande consideração a essa vocação muito particular (…) que já antecipa os tempos, dando-nos aqui na terra a possibilidade de experimentar um pouco aquilo que será a vida futura de contemplação diante do Senhor”.
Questionado sobre os desafios que a vida contemplativa enfrenta na atualidade, Dom João responde que a primeira exigência para aqueles que escolhem essa vocação é a busca de uma espiritualidade profundamente enraizada na intimidade com Deus.
“Penso que para a pessoa contemplativa a primeira coisa é viver intensamente a vocação de vida íntima com o Senhor, e isso supõe ter experimentado antes de tudo o amor de Deus por cada pessoa. Essa experiência não pode ser substituída por nada, porque é a mais íntima e a mais profunda. O que realmente garante a felicidade de uma monja e de um monge na Igreja é o fato de ter a certeza do amor de Deus por ele e por ela, e ter a resposta desse amor”, frisou.
Um segundo desafio e exigência posto para essa vocação, segundo o cardeal, é uma nova forma de pensar e viver a vida comunitária.
“Nós precisamos ir um pouco além daquilo que já foi nossa consciência de que a vida comunitária é difícil. É difícil, mas é essencial para a vida cristã. Então, descobrir que a relação com o outro no fundo é uma relação de amor e que nos faz gerar na comunidade o mesmo amor que existe em Deus”.
“Um segundo aspecto que hoje em muitas comunidades está um pouco crítico e precisa ser trabalhado é que não pode haver amor a Deus se não há um amor autêntico na comunidade. Penso que nesse sentido, hoje nós precisamos ir um pouco além daquilo que já foi nossa consciência de que a vida comunitária é difícil. É difícil, mas é essencial para a vida cristã. Então, descobrir que a relação com o outro no fundo é uma relação de amor e que nos faz gerar na comunidade o mesmo amor que existe em Deus. Eu acho que essa mudança no modo de pensar a relação, não tanto como difícil ou custosa ou como a maior penitência, mas olhar para a relação como possibilidade de gerar a presença de Deus, de Cristo, no meio da comunidade monástica. Isso pode ajudar, sobretudo, para pessoas que estão vinte e quatro horas juntas, a descobrir o lado positivo, a beleza e a riqueza de uma vida em conjunto, e ajudaria a superar muitos problemas de pessoas que não se sentem amadas na comunidade monástica e que depois e anos se sentem sozinhas e isoladas”, finalizou.
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