O Papa Francisco pediu hoje, 14, perdão pelos escândalos dos abusos contra crianças, em particular os que recentemente aconteceram no Vaticano, sem se referir diretamente a casos específicos.
“Gostaria, antes de iniciar a Catequese, de pedir-vos perdão em nome da Igreja pelos escândalos que nos últimos tempos aconteceram, tanto em Roma como no Vaticano. Peço-vos perdão”, disse o Papa, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Francisco observou que a confiança "espontânea" que as crianças têm em Deus nunca deve ser "ferida". "O terno e misterioso laço de Deus com a alma das crianças nunca deveria ser violado”, insistiu.
O Papa começou a Catequese a partir do alerta de Jesus contra os escândalos, relatado pelos Evangelhos. “Jesus é realista e diz: é inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai do homem por causa do qual acontece o escândalo”, advertiu.
A reflexão abordou as "promessas" de amor e de cuidado que os pais e educadores fazem às crianças, um compromisso sério que Francisco convidou a cumprir com determinação.
"Apenas se olharmos as crianças com os olhos de Jesus, poderemos realmente entender como, ao defender a família, protegemos a humanidade”, exortou o Papa.
Diante de cerca de 30 mil pessoas, dentre as quais fiéis brasileiros de Santo Amaro e Mogi das Cruzes (SP), Bom Despacho (MG) e Montenegro (RS) e os mineiros chilenos que sobreviveram ao acidente na mina São José em 2010, o Papa convidou os presentes a questionar-se sobre até que ponto são " leais às promessas que fazem às crianças”.
“Acolhimento e cuidado, proximidade e atenção, confiança e esperança são promessas fundamentais, que convergem numa só: amor”, acrescentou.
Ao recordar que as crianças esperam a confirmação dessa promessa, Francisco alertou que "quando acontece o contrário, as crianças são feridas por um ‘escândalo’ insuportável, ainda mais grave, dado que não têm os meios para decifrá-lo".
"Apenas se olharmos as crianças com os olhos de Jesus, poderemos realmente entender como, ao defender a família, protegemos a humanidade”, exortou o Papa.
A intervenção deixou um cumprimento especial aos 33 mineiros chilenos que estiveram debaixo de terra durante 70 dias. "Penso que qualquer um de vós seria capaz de vir aqui e dizer-nos o que significa a esperança. Obrigado por terdes esperança em Deus", declarou.
O Papa também associou-se ao Dia Mundial para a Erradicação da Miséria, que será celebrado a 17 de outubro e convidou todos a trabalharem juntos pela erradicação da pobreza extrema. "Este dia propõe-se aumentar os esforços para eliminar a pobreza extrema e a discriminação, assegurando que cada um possa exercitar plenamente os seus direitos fundamentais".
“Estamos todos convidados a tornar nossa esta intenção, para que a caridade de Cristo chegue e alivie os irmãos e irmãs mais pobres e abandonados”, acrescentou.
Ao final, Francisco saudou os peregrinos, pedindo que todos acompanhem com a oração o Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano.
"A Virgem Mãe nos ajude a seguir a vontade de Deus, tomando as decisões que melhor convenham à família. Rezai também por mim! Deus vos abençoe!", concluiu.
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