Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 03 MAR 2020 - 14H30

Papa recebe líderes religiosos na comemoração dos 50 anos da ‘Nostra Aetate’

Na catequese desta quarta-feira (28), Papa Francisco recebeu diversos líderes religiosos para celebrar os 50 anos da Declaração ‘Nostra Aetate’, do Papa Paulo VI, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs. 

O Papa ressaltou os motivos pelos quais a Declaração é sempre atual. Entre eles, de que a Igreja estima os fiéis de todas as religiões, apreciando seu empenho espiritual e moral e que está aberta ao diálogo com todos. 

A Declaração foi solenemente votada e aprovada pelos Bispos do Concílio exatamente no dia 28 de outubro de 1965. Depois de sua publicação a Igreja viu florescer um grande número de eventos e iniciativas empreendidas com as religiões não-cristãs. Francisco citou de modo especial, o Encontro de Assis, em 27 de outubro de 1986, promovido por São João Paulo II. “A chama, acesa em Assis, se estendeu a todo o mundo e constitui um permanente sinal de esperança”, disse Francisco. 

A respeito de todos os frutos positivos da Declaração, o Pontífice destacou a transformação ocorrida nas relações entre cristãos e judeus. 

“Indiferença e oposição tornaram-se colaboração e benevolência. De inimigos e estranhos, nos tornamos amigos e irmãos. O Concílio traçou o caminho do ‘sim’ ao redescobrimento das raízes hebraicas do Cristianismo; e do ‘não’ a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição que derivam”, frisou. 

Francisco afirmou ainda que o mundo olha para os fiéis pedindo respostas efetivas a inúmeros temas como a paz, a forme, a miséria, a crise ambiental, a violência e a corrupção.

 “Nós fiéis não temos receitas para esses problemas, mas temos um grande recurso: a oração. A oração é o nosso grande tesouro, ao qual nos dirigimos segundo as respectivas tradições, para pedir os dons aos quais a humanidade anseia”. 

Diante da violência e do terrorismo, o Papa lembrou a atitude de suspeita ou até mesmo condenação das religiões. Embora nenhuma religião esteja imune do fundamentalismo e extremismo, o Papa ressaltou os valores positivos que cada uma vive e propõe. “O diálogo pode levar à colaboração em tantos campos, sobretudo no serviço aos pobres, aos excluídos, no acolhimento dos migrantes e no combate à pobreza”, assinalou. 

 

“Queridos irmãos e irmãs, quanto ao futuro do diálogo inter-religioso, a primeira coisa que devemos fazer é rezar. Rezar uns pelos outros", disse Papa Francisco.

“O Jubileu Extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para trabalhar juntos no campo das obras de caridade. E neste campo, podem se unir a nós tantas pessoas que não se sentem fiéis ou que estão em busca de Deus e da verdade”, convidou Francisco, recordando ainda o compromisso em prol da preservação da natureza. 

Por fim, o Santo Padre voltou a reafirmar o poder da oração: “Queridos irmãos e irmãs, quanto ao futuro do diálogo inter-religioso, a primeira coisa que devemos fazer é rezar. Rezar uns pelos outros. Somos irmãos. Sem o Senhor, nada é possível; com Ele, tudo se torna possível! Possa a nossa oração aderir plenamente à vontade de Deus, o Qual deseja que todos os homens se reconheçam irmãos e vivam como tais, formando a grande família humana na harmonia das diversidades”, finalizou. 

Ao final da catequese, também tomaram a palavra, os Presidentes dos Pontifícios Conselhos para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, que leram uma saudação ao Papa pelos 50 anos da Declaração conciliar. Eles estavam acompanhados pelos participantes do Congresso Internacional sobre a Declaração, em andamento na Pontifícia Universidade Gregoriana. Entre eles, membros do Congresso Judaico Mundial.

Conheça a Declaração no site da Santa Sé, em português.

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