Por Redação A12 Em Santo Padre

Relatório conclusivo do Sínodo dos Bispos "Relatio Synodi"

SÍNODO DOS BISPOS - III ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
OS DESAFIOS PASTORAIS SOBRE A FAMÍLIA NO CONTEXTO DA EVANGELIZAÇÃO
RELATIO SYNODI 

Cidade do Vaticano - 18 de outubro de 2014  

Introdução

1. O Sínodo dos Bispos congregado ao redor do Papa dirige o seu pensamento a todas as famílias do mundo, com as suas alegrias, as suas dificuldades e as suas esperanças. De modo particular, sente o dever de dar graças ao Senhor pela fidelidade generosa com a qual tantas famílias cristãs respondem à sua vocação e missão. E fazem-no com alegria e com fé, mesmo quando o caminho familiar as coloca perante obstáculos, incompreensões e sofrimentos. A estas famílias dirigem-se o apreço, o agradecimento e o encorajamento da Igreja inteira e deste Sínodo. Na vigília de oração celebrada na Praça de São Pedro no sábado 4 de outubro de 2014, em preparação para o Sínodo sobre a família, o Papa Francisco evocou de maneira simples e concreta a centralidade da experiência familiar na vida de todos, expressando-se com estas palavras: «Desce já a noite sobre a nossa assembleia. É a hora em que de bom grado se regressa a casa para se reunir à mesma mesa na consistência dos afetos, do bem feito e recebido, dos encontros que abrasam o coração e o fazem crescer, vinho bom que antecipa, nos dias do homem, a festa sem ocaso. Mas é também a hora mais pesada para quem se vê cara a cara com a própria solidão, no crepúsculo amargo de sonhos e projetos desfeitos. Quantas pessoas arrastam os seus dias ao beco sem saída da resignação, do abandono, ou até do rancor! Em quantas casas faltam o vinho da alegria e, consequentemente, o sabor – a própria sabedoria – da vida! Nesta noite, com a nossa oração, tornemo-nos voz de uns e de outros: uma prece por todos».

2. Ventre de alegrias e de provações, de afetos profundos e de relacionamentos por vezes feridos, a família é verdadeiramente «escola de humanidade»(cf. Gaudium et Spes, 52), cuja necessidade é fortemente sentida. Não obstante os numerosos sinais de crise da instituição familiar nos vários contextos da «aldeia global», o desejo de família permanece vivo, de forma especial entre os jovens, motivando a Igreja, perita em humanidade e fiel à sua missão, a anunciar incessantemente e com profunda convicção o «Evangelho da família», que lhe foi confiado mediante a revelação do amor de Deus em Jesus Cristo e ininterruptamente ensinado pelos Padres, pelos Mestres da espiritualidade e pelo Magistério da Igreja. A família adquire para a Igreja uma importância totalmente particular e, no momento em que todos os fiéis são convidados a sair de si mesmos, é necessário que a família volte a descobrir-se como protagonista imprescindível da evangelização. O pensamento dirige-se ao testemunho missionário de numerosas famílias.

3. Sobre a realidade da família, decisiva e preciosa, o Bispo de Roma exortou a meditar o Sínodo dos Bispos na suaAssembleia Geral Extraordinária, que teve lugar em outubro de 2014, para depois aprofundar a reflexão na Assembleia Geral Ordinária, que se realizará em outubro de 2015, bem como durante o ano inteiro que intercorre entre estes dois acontecimentos sinodais. «O próprio convenire in unum à volta do Bispo de Roma já é evento de graça, no qual a colegialidade episcopal se manifesta num caminho de discernimento espiritual e pastoral»: com estas palavras o Papa Francisco descreveu a experiência sinodal, indicando as suas tarefas na dúplice escuta dos sinais de Deus e da história dos homens, e na dupla e única fidelidade que disto deriva.

4. À luz deste mesmo discurso reunimos os resultados das nossas reflexões e dos nossos diálogos nas seguintes três partes: a escuta, para analisar a realidade da família hoje, na complexidade das suas luzes e das suas sombras; o olhar fixo em Cristo, para voltar a considerar com renovados vigor e entusiasmo aquilo que a revelação, transmitida na fé da Igreja, nos diz sobre a beleza, sobre o papel e sobre a dignidade da família; e o confronto à luz do Senhor Jesus, para discernir os caminhos através dos quais renovar a Igreja e a sociedade no seu compromisso em prol da família, fundamentada no matrimónio entre um homem e uma mulher.

 

I Parte

A escuta: o contexto e os desafios sobre a família

O contexto sociocultural

5. Fiéis ao ensinamento de Cristo, olhamos para a realidade da família de hoje em toda a sua complexidade, nas suas luzes e nas suas sombras. Pensamos nos pais, nos avós, nos irmãos e nas irmãs, nos parentes próximos e distantes, bem como no vínculo entre duas famílias que cada matrimónio tece. A mudança antropológico-cultural influencia hoje todos os aspetos da vida e exige uma abordagem analítica e diversificada. Há que sublinhar, antes de tudo, os aspetos positivos: a maior liberdade de expressão e o melhor reconhecimento dos direitos da mulher e das crianças, pelo menos em determinadas regiões. No entanto, por outro lado, é igualmente necessário ter em consideração o perigo crescente representado por um individualismo exasperado que desnatura os vínculos familiares e acaba por considerar cada componente da família como uma ilha, levando a prevalecer, em certos casos, a ideia de um protagonista que se constrói em conformidade com os seus próprios desejos, assumidos como um absoluto. A isto acrescenta-se também a crise da fé, que atingiu numerosos católicos e que muitas vezes está na origem das crises do matrimónio e da família.

6. Uma das maiores formas de pobreza da cultura contemporânea é a solidão, fruto da ausência de Deus na vida das pessoas e da fragilidade dos relacionamentos. Existe também uma sensação generalizada de impotência em relação à realidade socioeconómica, que frequentemente acaba por esmagar as famílias. É assim devido às crescentes pobreza e precariedade de trabalho, que por vezes são vividas como um verdadeiro pesadelo, ou por causa de uma fiscalidade demasiado pesada, que certamente não encoraja os jovens ao matrimónio. As famílias sentem-se não raro abandonadas pelo desinteresse e pela escassa atenção por parte das instituições. As consequências negativas do ponto de vista da organização social são evidentes: da crise demográfica aos obstáculos educativos, da dificuldade de aceitar a vida nascente ao sentir a presença dos idosos como um peso, até ao propagar-se de um mal-estar afetivo que às vezes chega à violência. O Estado tem a responsabilidade de criar as condições legislativas e de trabalho para garantir o porvir dos jovens e para os ajudar a realizar o seu projeto de fundar uma família.

7. Existem contextos culturais e religiosos que apresentam desafios particulares. Em determinadas sociedades ainda vigora a prática da poligamia e, em certos contextos tradicionais, o hábito do «matrimónio por etapas». Noutros âmbitos subsiste a prática dos matrimónios arranjados. Nos países onde a presença da Igreja católica é minoritária são numerosos os matrimónios mistos e de disparidade de culto, com todas as dificuldades que eles comportam em relação à configuração jurídica, ao batismo e à educação dos filhos, bem como ao respeito recíproco sob o ponto de vista da diversidade da fé. Em tais matrimónios pode apresentar-se o perigo do relativismo ou da indiferença, mas pode haver também a possibilidade de favorecer o espírito ecuménico e o diálogo inter-religioso, numa convivência harmoniosa de comunidades que vivem num mesmo lugar. Em numerosos contextos, e não apenas ocidentais, vai-se difundindo amplamente a prática da convivência que precede o matrimónio ou até de convivências não destinadas a assumir a forma de vínculo institucional. A isto acrescenta-se uma legislação civil que compromete o matrimónio e a família. Por causa da secularização, em muitas partes do mundo a referência a Deus diminuiu fortemente, e a fé já não é compartilhada a nível social.

8. Numerosas crianças nascem fora do matrimónio, especialmente em certos países, e são muitos aquelas que, em seguida, crescem apenas com um dos pais, ou num contexto familiar ampliado ou reconstituído. O número de divórcios aumenta, e não é raro o caso de escolhas determinadas unicamente por fatores de ordem económica. Os filhos são muitas vezes objeto de contenda entre os pais, e os primeiros são as verdadeiras vítimas das separações familiares. O pai está com frequência ausente, não apenas por motivos económicos, onde ao contrário se sente a necessidade de que ele assuma mais claramente a responsabilidade pelos filhos e pela família. A dignidade da mulher ainda tem necessidade de ser defendida e promovida. Com efeito, hoje em muitos contextos ser mulher continua a constituir objeto de discriminação, e até o dom da maternidade é frequentemente penalizado, em vez de ser apresentado como um valor. Também não podemos esquecer os crescentes fenómenos de violência, da qual as mulheres são vítimas por vezes infelizmente até no seio das próprias famílias, e a grave e difundida mutilação genital da mulher em determinadas culturas. Além disso, a exploração sexual da infância constitui uma das realidades mais escandalosas e perversas da sociedade contemporânea. Inclusive as sociedades permeadas pela violência por causa da guerra, do terrorismo ou da presença da criminalidade organizada, vivem situações familiares deterioradas e, principalmente nas grandes metrópoles e nas suas periferias, aumenta o chamado fenómeno das crianças de rua. Além disso, as migrações representam outro sinal dos tempos que deve ser enfrentado e compreendido com toda a sua carga de consequências para a vida familiar.

A relevância da vida afetiva

9. Perante o quadro social delineado encontra-se em muitas partes do mundo, nos solteiros, uma maior necessidade de cuidar da própria pessoa, de se conhecer interiormente, de viver mais em sintonia com as próprias emoções e com os próprios sentimentos, de procurar relacionamentos afetivos de qualidade; esta justa aspiração pode abrir ao desejo de se comprometer na construção de relacionamentos de doação e reciprocidade criativos, responsabilizadores e solidários, como os familiares. São relevantes o perigo individualista e o risco de viver em chave egoísta. Para a Igreja, o desafio consiste em ajudar os casais no amadurecimento da dimensão emocional e no desenvolvimento afetivo, através da promoção do diálogo, da virtude e da confiança no amor misericordioso de Deus. O pleno compromisso exigido no matrimónio cristão pode constituir um forte antídoto contra a tentação de um individualismo egoísta.

10. No mundo contemporâneo não faltam tendências culturais que parecem impor uma afetividade ilimitada, da qual se deseja explorar todas as vertentes, até as mais complexas. Com efeito, a questão da fragilidade afetiva é de grande atualidade: uma afetividade narcisista, instável e mutável nem sempre ajuda os protagonistas a alcançar uma maior maturidade. Preocupa uma certa difusão da pornografia e da comercialização do corpo, favorecida inclusive por um uso deturpado da internet, enquanto deve ser denunciada a situação daquelas pessoas que são obrigadas a praticar a prostituição. Neste contexto, os casais sentem-se às vezes incertos, hesitantes e têm dificuldade de encontrar modos para crescer. São muitos aqueles que tendem a permanecer nas fases primárias da vida emocional e sexual. A crise do casal desestabiliza a família e, através das separações e dos divórcios, pode chegar a provocar sérias consequências sobre os adultos, os filhos e a sociedade, debilitando o indivíduo e os vínculos sociais. Também a diminuição demográfica, devida a uma mentalidade antinatalista e promovida pelas políticas mundiais de saúde reprodutiva, não apenas determina uma situação em que não é mais assegurado o revezamento das gerações, mas também corre o risco de levar, ao longo do tempo, a um empobrecimento económico e a uma perda de esperança no futuro. Inclusive o desenvolvimento das biotecnologias teve um forte impacto sobre a natalidade.

O desafio para a pastoral

11. Neste contexto, a Igreja sente a necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança. É preciso partir da convicção de que o homem provém de Deus e, por conseguinte, de que uma reflexão capaz de voltar a propor as grandes interrogações sobre o significado do ser homem pode encontrar um terreno fértil nas expectativas mais profundas da humanidade. Os grandes valores do matrimónio e da família cristã correspondem à investigação que atravessa a existência humana, inclusive numa época caracterizada pelo individualismo e pelo hedonismo. É necessário acolher as pessoas com a sua existência concreta, saber fomentar a sua busca, encorajar o seu desejo de Deus e a sua vontade de se sentir plenamente parte da Igreja, até mesmo em quantos experimentaram a falência ou vivem as situações mais diferentes. A mensagem cristã contém sempre em si mesma a realidade e a dinâmica da misericórdia e da verdade, que convergem em Cristo.

 

II Parte

O olhar sobre Cristo: o Evangelho da família

O olhar sobre Jesus e a pedagogia divina na história da salvação

12. A fim de «verificar o nosso passo no terreno dos desafios contemporâneos, a condição decisiva é manter o olhar fixo em Jesus Cristo, deter-nos na contemplação e adoração do seu rosto [...]. Na verdade, todas as vezes que voltamos à fonte da experiência cristã, abrem-se estradas novas e possibilidades inimagináveis» (Papa Francisco,Discurso, 4 de outubro de 2014). Jesus olhava com amor e ternura para as mulheres e para os homens com os quais se encontrava, acompanhando os seus passos com verdade, paciência e misericórdia, anunciando as exigências do Reino de Deus.

13. Uma vez que a ordem da criação é determinada pela orientação para Cristo, é necessário distinguir sem separar os vários graus mediante os quais Deus comunica à humanidade a graça da aliança. Em virtude da pedagogia divina, em conformidade com a qual a ordem da criação evolui na da redenção através de etapas sucessivas, é preciso compreender a novidade do sacramento nupcial cristão, em continuidade com o matrimónio natural das origens. É assim que se entende o modo de agir salvífico de Deus, tanto na criação como na vida cristã. Na criação: dado que tudo foi feito através de Cristo e para Cristo (cf. Cl 1, 16), os cristãos «fazem vir à luz, com alegria e respeito, as sementes do Verbo adormecidas; mas atendem, ao mesmo tempo, à transformação profunda que se realiza entre os povos» (Ad Gentes, 11). Na vida cristã: enquanto, mediante o batismo, o crente está inserido na Igreja através da igreja doméstica que é a sua família, ele empreende aquele «processo dinâmico, que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus» (Familiaris Consortio, 9), mediante a conversão contínua ao amor que salva do pecado e confere plenitude de vida.

14. O próprio Jesus, referindo-se ao desígnio primordial sobre o casal humano, confirma a união indissolúvel entre o homem e a mulher, não obstante diga: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés tinha tolerado o repúdio das mulheres; mas no princípio não era assim» (Mt 19, 8). A indissolubilidade do matrimónio («Portanto, não separe o homem o que Deus uniu» Mt 19, 6), não deve ser entendida antes de tudo como um «jugo» imposto aos homens, mas sim como um «dom» oferecido às pessoas unidas em matrimónio. Deste modo, Jesus demonstra que a condescendência divina acompanha sempre o caminho humano, purifica e transforma com a sua graça o coração endurecido, orientando-o para o seu princípio, através do caminho da cruz. Dos Evangelhos sobressai claramente o exemplo de Jesus, que é paradigmático para a Igreja. Com efeito, Jesus assumiu uma família, deu início aos prodígios na festa nupcial em Caná e anunciou a mensagem relativa ao significado do matrimónio como plenitude da revelação que resgata o desígnio originário de Deus (cf. Mt 19, 3). Contudo, ao mesmo tempo, pôs em prática a doutrina ensinada, manifestando deste modo o verdadeiro significado da misericórdia. Isto aparece claramente nos encontros com a samaritana (cf. Jo 4, 1-30) e com a adúltera (cf. Jo 8, 1-11) nos quais Jesus, mediante uma atitude de amor pela pessoa pecadora, leva ao arrependimento e à conversão («vai e não voltes a pecar!»), condição para o perdão.

A família no desígnio salvífico de Deus

15. As palavras de vida terna que Jesus transmitiu aos seus discípulos compreendiam o ensinamento sobre o matrimónio e a família. Este ensinamento de Jesus permite-nos distinguir em três etapas fundamentais o desígnio de Deus sobre o matrimónio e a família. No princípio existia a família das origens, quando Deus criador instituiu o matrimónio primordial entre Adão e Eva, como fundamento sólido da família. Deus não apenas criou o ser humano, varão e mulher os criou (cf. Gn 1, 27), mas também os abençoou a fim de que fossem fecundos e para que se multiplicassem (cf. Gn 1, 28). Por isso, «o homem deixará o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já serão uma só carne» (Gn 2, 24). Esta união foi danificada pelo pecado, tornando-se a forma histórica de matrimónio no Povo de Deus, ao qual Moisés concedeu a possibilidade de conferir um certificado de divórcio (cf. Dt 24, 1 ss.). Esta forma era predominante na época de Jesus. Com o seu advento e com a reconciliação do mundo decaído, graças à redenção por Ele realizada, concluiu-se a era inaugurada por Moisés.

16. Jesus, que reconciliou tudo em si mesmo, restituiu o matrimónio e a família à sua forma original (cf. Mc 10, 1-12). A família e o matrimónio foram redimidos por Cristo (cf. Ef 5, 21-32), restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério do qual brota todo o amor autêntico. A aliança esponsal, inaugurada na criação e revelada na história da salvação, recebe a plena revelação do seu significado em Cristo e na sua Igreja. De Cristo, através da Igreja, o matrimónio e a família recebem a graça necessária para dar testemunho do amor de Deus e para levar uma vida de comunhão. O Evangelho da família atravessa a história do mundo, desde a criação do homem à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26-27) até ao cumprimento do mistério da Aliança em Cristo no fim dos séculos, com as núpcias do Cordeiro (cf. Ap 19, 9; João Paulo II, Catequeses sobre o amor humano).

A família nos documentos da Igreja

17. «Com o decorrer dos séculos, a Igreja não deixou faltar o seu constante e crescente ensinamento sobre o matrimónio e a família. Uma das expressões mais altas deste Magistério foi proposta pelo Concílio Ecuménico Vaticano II, na Constituição pastoral Gaudium et Spes, que dedica um capítulo inteiro à promoção da dignidade do matrimónio e da família (cf. Gaudium et Spes, 47-52). Ele definiu o matrimónio como comunidade de vida e de amor (cf. Gaudium et Spes, 48), colocando o amor no centro da família e mostrando, ao mesmo tempo, a verdade deste amor face às diversas formas de reducionismo presentes na cultura contemporânea. O “verdadeiro amor entre marido e esposa” (Gaudium et Spes, 49) implica a doação recíproca de si, inclui e integra a dimensão sexual e a afetividade, correspondendo ao desígnio divino (cf. Gaudium et Spes, 48-49). Além disso, a Gaudium et Spes, no número 48, frisa a radicação dos esposos em Cristo: Cristo Senhor “vem ao encontro dos cônjuges cristãos no sacramento do matrimónio”, e com eles permanece. Na encarnação, Ele assume o amor humano, purifica-o, leva-o à plenitude e doa aos esposos, com o seu Espírito, a capacidade de o viver, permeando toda a sua vida de fé, esperança e caridade. Deste modo, os esposos são como que consagrados e, mediante uma graça própria, edificam o Corpo de Cristo e constituem como que uma igreja doméstica (cf. Lumen Gentium, 11), de modo que a Igreja, para compreender plenamente o seu mistério, olha para a família cristã, que o manifesta de modo genuíno» (Instrumentum Laboris, 4).

18. «Em continuidade com o Concílio Vaticano II, o Magistério pontifício aprofundou a doutrina sobre o matrimónio e sobre a família. Em particular Paulo VI, com a Encíclica Humanae Vitae, evidenciou o vínculo íntimo entre amor conjugal e geração da vida. São João Paulo II dedicou à família uma atenção especial através das suas catequeses sobre o amor humano, da Carta às famílias (Gratissimam Sane) e sobretudo com a Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Nestes documentos, o Pontífice definiu a família “caminho da Igreja”; ofereceu uma visão de conjunto sobre a vocação do homem e da mulher para o amor; propôs as linhas fundamentais para a pastoral da família e para a presença da família na sociedade. Em particular, ao tratar a caridade conjugal (cf. Familiaris Consortio, 13), descreveu o modo como os cônjuges, no seu amor recíproco, recebem o dom do Espírito de Cristo e vivem a sua chamada à santidade» (Instrumentum Laboris, 5).

19. «Bento XVI, na Encíclica Deus Caritas Est, retomou o tema da verdade do amor entre homem e mulher, que só se ilumina plenamente à luz do amor de Cristo crucificado (cf. Deus Caritas Est, 2). Ele reafirma: “O matrimónio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano” (Deus Caritas Est, 11). Além disso, na Encíclica Caritas in Veritate, ele evidencia a importância do amor como princípio de vida na sociedade (cf. Caritas in Veritate, 44), lugar no qual se aprende a experiência do bem comum» (Instrumentum Laboris, 6).

20. «O Papa Francisco, na Encíclica Lumen Fidei, ao tratar o vínculo entre a família e a fé, escreve: “O encontro com Cristo, o deixar-se conquistar e guiar pelo seu amor alarga o horizonte da existência, dá-lhe uma esperança firme que não desilude. A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada – a vocação ao amor – e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade” (Lumen Fidei, 53)» (Instrumentum Laboris, 7).

A indissolubilidade do matrimónio e a alegria de viver juntos

21. O dom recíproco constitutivo do matrimónio sacramental está arraigado na graça do batismo, que estabelece a aliança fundamental de cada pessoa com Cristo na Igreja. No acolhimento recíproco e com a graça de Cristo, os nubentes prometem um ao outro o dom total de si, a fidelidade e a abertura à vida, e reconhecem como elementos constitutivos do matrimónio os dons que Deus lhes oferece, levando a sério o seu compromisso mútuo, em seu nome e perante a Igreja. Pois bem, na fé é possível assumir os bens do matrimónio como compromissos que melhor se cumprem mediante a ajuda da graça do sacramento. Deus consagra o amor dos esposos e confirma a sua indissolubilidade, oferecendo-lhes a ajuda para viver a fidelidade, a integração recíproca e a abertura à vida. Por conseguinte, o olhar da Igreja dirige-se aos esposos como ao coração da família inteira que, também ela, fixa o próprio olhar em Jesus.

22. Nesta mesma perspetiva, fazendo nosso o ensinamento do Apóstolo segundo o qual a criação inteira foi pensada em Cristo e para Cristo (cf. Cl 1, 16), o Concílio Vaticano II quis manifestar apreço pelo matrimónio natural e pelos elementos válidos, presentes nas outras religiões (cf. Nostra Aetate, 2) e nas culturas, não obstante os limites e as insuficiências (cf. Redemptoris Missio, 55). A presença dos semina Verbi nas culturas (cf. Ad Gentes, 11) poderia ser aplicada, sob alguns aspetos, também à realidade matrimonial e familiar de tantas culturas e de pessoas não cristãs. Portanto, existem elementos válidos também em determinadas formas fora do matrimónio cristão – contudo, fundado sobre a relação estável e verdadeira entre um homem e uma mulher – que, de qualquer maneira, consideramos para ele orientadas. Com o olhar voltado para a sabedoria humana dos povos e das culturas, a Igreja reconhece também esta família como célula básica necessária e fecunda da convivência humana.

Verdade e beleza da família, misericórdia pelas famílias feridas e frágeis

23. Com íntima alegria e profunda consolação, a Igreja olha para as famílias que permanecem fiéis aos ensinamentos do Evangelho, agradecendo-lhes e encorajando-as pelo testemunho que oferecem. Com efeito, graças a elas torna-se credível a beleza do matrimónio indissolúvel e fiel para sempre. Na família, «que se poderia chamar igreja doméstica» (Lumen Gentium, 11), amadurece a primeira experiência eclesial da comunhão entre pessoas, na qual se reflete, mediante a graça, o mistério da Santíssima Trindade. «É aqui que se aprendem a tenacidade e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado e, sobretudo, o culto divino, através da oração e do oferecimento da própria vida» (Catecismo da Igreja Católica, 1657). A Sagrada Família de Nazaré é o seu modelo admirável, em cuja escola nós «compreendemos por que motivo devemos ter uma disciplina espiritual, se quisermos seguir a doutrina do Evangelho e tornar-nos discípulos de Cristo» (Paulo VI, Discurso em Nazaré, 5 de janeiro de 1964). O Evangelho da família nutre também as sementes que ainda esperam amadurecer, e deve cuidar das árvores que secaram e não podem ser descuidadas.

24. A Igreja, enquanto mestra segura e mãe amorosa, não obstante reconheça que para os batizados não há outro vínculo nupcial a não ser o sacramental, e que cada rutura do mesmo é contrária à vontade de Deus, contudo está consciente da fragilidade de muitos dos seus filhos, que encontram dificuldades no caminho da fé. «Portanto, sem diminuir o valor do ideal evangélico, é preciso acompanhar, com misericórdia e paciência, as possíveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia. […] Um pequeno passo, no meio de grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida externamente correta de quem transcorre os seus dias sem enfrentar sérias dificuldades. A todos devem chegar a consolação e o estímulo do amor salvífico de Deus, que agem misteriosamente em cada pessoa, para além dos seus defeitos e das suas quedas» (Evangelii Gaudium, 44).

25. Em ordem a uma abordagem pastoral das pessoas que o contraíram matrimónio civil, que são divorciadas e recasadas, ou que simplesmente convivem, compete à Igreja revelar-lhes a pedagogia divina da graça nas suas vidas e ajudá-las a alcançar a plenitude do plano de Deus para elas. Seguindo o olhar de Cristo, cuja luz ilumina cada homem (cf. Jo 1, 9; Gaudium et Spes, 22), a Igreja dirige-se com amor para quantos participam na sua vida de modo incompleto, reconhecendo que a graça de Deus age também nas suas vidas, incutindo-lhes a coragem para praticar o bem, para cuidar amorosamente um do outro e para estar ao serviço da comunidade na qual vivem e trabalham.

26. A Igreja olha com apreensão para a desconfiança de tantos jovens em relação ao compromisso conjugal e sofre pela precipitação com que tantos jovens decidem pôr fim ao vínculo assumido, instaurando outro. Tais fiéis, que fazem parte da Igreja, têm necessidade de uma atenção pastoral misericordiosa e animadora, distinguindo adequadamente as situações. Os jovens batizados devem ser encorajados a não hesitar diante da riqueza que o sacramento do matrimónio suscita nos seus planos de amor, fortalecidos pelo apoio que recebem da graça de Cristo e da possibilidade de participar plenamente na vida da Igreja.

27. Neste sentido, uma nova dimensão da pastoral familiar hodierna consiste em prestar atenção à realidade dos matrimónios civis entre um homem e uma mulher, aos matrimónios tradicionais e, tendo em conta as devidas diferenças, também às convivências. Quando a união alcança uma estabilidade notável através de um vínculo público, é conotada por um afeto profundo, pela responsabilidade em relação à prole e pela capacidade de superar as provações, pode ser vista como uma ocasião que deve ser acompanhada no desenvolvimento para o sacramento do matrimónio. Ao contrário, muitas vezes a convivência estabelece-se não em vista de um possível matrimónio futuro, mas sem qualquer intenção de estabelecer uma relação institucional.

28. Em conformidade com o olhar misericordioso de Jesus, a Igreja deve acompanhar com atenção e cuidado os seus filhos mais frágeis, marcados pelo amor ferido e confuso, restituindo-lhes confiança e esperança como a luz do farol de um porto ou de uma tocha levada ao povo para iluminar quantos perderam a rota ou se encontram no meio da tempestade. Conscientes de que a maior misericórdia é dizer a verdade com amor, vamos além da compaixão. O amor misericordioso, do mesmo modo que atrai e une, também transforma e eleva. Convida à conversão. Do mesmo modo entendemos a atitude do Senhor, que não condena a mulher adúltera, mas pede-lhe que não volte a pecar (cf.Jo 8, 1-11).

 

III Parte

O confronto: perspetivas pastorais

Anunciar o Evangelho da família hoje, nos vários contextos

29. O diálogo sinodal abordou algumas instâncias pastorais mais urgentes, que devem ser confiadas à concretização em cada uma das Igrejas locais, na comunhão «cum Petro et sub Petro». O anúncio do Evangelho da família constitui uma urgência para a nova evangelização. A Igreja está chamada a pô-lo em prática com ternura de mãe e clareza de mestra (cf. Ef 4, 15), em fidelidade à kenosi misericordiosa de Cristo. A verdade encarna-se na fragilidade humana, não para a condenar, mas para a salvar (cf. Jo 3, 16-17).

30. Evangelizar é responsabilidade de todo o povo de Deus, cada qual segundo o ministério e o carisma que lhe são próprios. Sem o testemunho jubiloso dos cônjuges e das famílias, igrejas domésticas, o anúncio, embora seja correto, corre o risco de ser incompreendido ou de afogar no mar de palavras que caracteriza a nossa sociedade (cf. Novo Millennio Ineunte, 50). Os Padres sinodais sublinharam reiteradas vezes que, em virtude da graça do sacramento nupcial, as famílias católicas estão chamadas a ser, elas mesmas, protagonistas ativas da pastoral familiar.

31. Será decisivo pôr em evidência o primado da graça e, por conseguinte, as possibilidades que o Espírito oferece no sacramento. Trata-se de levar a experimentar que o Evangelho da família é alegria que «torna repletos o coração e a vida inteira», porque em Cristo somos «libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento» (Evangelii Gaudium, 1). À luz da parábola do semeador (cf. Mt 13, 3-9), a nossa tarefa consiste em cooperar na sementeira: o resto é obra de Deus. Também não podemos esquecer que a Igreja que prega sobre a família é sinal de contradição.

32. É por isso que se pede à Igreja inteira uma conversão missionária: é necessário que ela não se limite a um anúncio meramente teórico, desvinculado dos problemas reais das pessoas. Nunca podemos esquecer que a crise da fé comportou uma crise do matrimónio e da família e, como consequência, foi muitas vezes interrompida a transmissão da própria fé dos pais aos filhos. Diante de uma fé forte, não tem incidência a imposição de determinadas perspetivas culturais que debilitam a família e o matrimónio.

33. A conversão refere-se também à linguagem, para que ela seja efetivamente significativa. O anúncio deve levar a experimentar que o Evangelho da família é resposta às expectativas mais profundas da pessoa humana: à sua dignidade e à sua plena realização na reciprocidade, na comunhão e na fecundidade. Não se trata unicamente de apresentar uma normativa, mas de propor valores, respondendo à necessidade dos mesmos que hoje se constata inclusive nos países mais secularizados.

34. A Palavra de Deus é fonte de vida e espiritualidade para a família. Toda a pastoral familiar deverá deixar-se modelar interiormente e formar os membros da igreja doméstica mediante a leitura orante e eclesial da Sagrada Escritura. A Palavra de Deus é não apenas uma boa nova para a vida particular das pessoas, mas também um critério de juízo e uma luz para o discernimento dos vários desafios que os cônjuges e as famílias devem enfrentar.

35. Ao mesmo tempo, muitos Padres sinodais insistiram sobre uma abordagem mais positiva das riquezas das diversas experiências religiosas, sem esconder as dificuldades. Nestas diferentes realidades religiosas e na grande diversidade cultural que caracteriza as Nações, é oportuno apreciar primeiro as possibilidades positivas e, à luz destas, avaliar os limites e as carências.

36. O matrimónio cristão é uma vocação que se acolhe mediante uma preparação adequada ao longo de um itinerário de fé, através de um discernimento maduro, e não deve ser considerado unicamente uma tradição cultural, nem sequer uma exigência social ou jurídica. Portanto, é preciso realizar percursos que acompanhem a pessoa e o casal, de tal modo que à comunicação dos conteúdos da fé se una a experiência de vida oferecida por toda a comunidade eclesial.

37. Foi reiteradamente evocada a necessidade de uma renovação radical da prática pastoral, à luz do Evangelho da família, superando as óticas individualistas que ainda a caracterizam. Por isso, insistiu-se várias vezes sobre a renovação da formação dos presbíteros, dos diáconos, dos catequistas e dos outros agentes no campo da pastoral, mediante uma maior participação das próprias famílias.

38. Sublinhou-se de igual modo a necessidade de uma evangelização que denuncie com franqueza os condicionamentos culturais, sociais, políticos e económicos, como o espaço excessivo reservado à lógica do mercado, que impedem uma autêntica vida familiar, determinando discriminações e várias formas de pobreza, de exclusão e de violência. Por isso, é preciso desenvolver um diálogo e uma cooperação com as estruturas sociais, encorajando e apoiando os leigos que, como cristãos, se comprometem nos âmbitos cultural e sociopolítico.

Orientar os nubentes no caminho de preparação para o matrimónio

39. A complexa realidade social e os desafios que a família de hoje está chamada a enfrentar exigem um maior compromisso da parte de toda a comunidade cristã, em ordem à preparação dos nubentes para o matrimónio. É necessário recordar a importância das virtudes. Entre elas, a castidade resulta uma condição preciosa para o crescimento genuíno do amor interpessoal. Em relação a esta necessidade, os Padres sinodais concordaram em salientar a exigência de uma maior participação da comunidade inteira, privilegiando o testemunho das próprias famílias, além de uma radicação da preparação para o matrimónio no caminho de iniciação cristã, frisando o nexo do matrimónio com o batismo e com os demais sacramentos. Evidenciou-se de igual modo a necessidade de programas específicos para a preparação próxima do matrimónio, a fim de que constituam uma verdadeira experiência de participação na vida eclesial, aprofundando os diversos aspetos da vida familiar.

Acompanhar os primeiros anos da vida matrimonial

40. Os primeiros anos de matrimónio constituem um período vital e delicado, durante o qual os casais crescem na consciência dos desafios e do significado da própria união. Daqui deriva a exigência de um acompanhamento pastoral que continue também depois da celebração do sacramento (cf. Familiaris Consortio, parte III). Nesta pastoral resulta de grande importância a presença de casais com experiência. A paróquia é considerada o lugar onde casais maduros podem ser postos à disposição dos casais mais jovens, com a eventual participação de associações, movimentos eclesiais e novas comunidades. É necessário encorajar os esposos a uma atitude fundamental de acolhimento do grande dom dos filhos. É preciso salientar também a importância da espiritualidade familiar, da oração e da participação na Eucaristia dominical, animando os casais a reunir-se regularmente para promover o crescimento da vida espiritual e a solidariedade nas exigências concretas da vida. Liturgias, práticas devocionais e Eucaristias celebradas para as famílias, principalmente no aniversário do matrimónio, foram mencionadas como vitais para favorecer a evangelização através da família.

Cuidado pastoral de quantos vivem no matrimónio civil ou convivem

41. Enquanto continua a anunciar e promover o matrimónio cristão, o Sínodo encoraja também o discernimento pastoral das situações de muitas pessoas que não vivem mais esta realidade. É importante entrar em diálogo pastoral com tais pessoas, com a finalidade de pôr em evidência os elementos da sua vida que podem conduzir a uma maior abertura ao Evangelho do matrimónio na sua plenitude. Os pastores devem identificar elementos que podem favorecer a evangelização e o crescimento humano e espiritual. Uma nova sensibilidade da pastoral hodierna consiste em captar os elementos positivos, presentes nos matrimónios civis e, tendo em conta as devidas diferenças, nas convivências. É necessário que na proposta eclesial, mesmo afirmando com clareza a mensagem cristã, indiquemos inclusive os elementos construtivos presentes em tais situações que ainda não, ou já não, correspondem à mesma.

42. Observou-se também que em muitos países um «número crescente de casais convivem ad experimentum, sem um matrimónio, nem canónico nem civil» (Instrumentum Laboris, 81). Em determinados países isto verifica-se especialmente no matrimónio tradicional, arranjado entre famílias e muitas vezes celebrado em diversas etapas. Noutros países, ao contrário, está em crescimento contínuo o número daqueles que, depois de ter vivido juntos durante um longo período, pedem a celebração do matrimónio na Igreja. A convivência simples é com frequência escolhida por causa da mentalidade geral, contrária às instituições e aos compromissos definitivos, mas também devido à espera de uma segurança existencial (trabalho e salário fixo). Finalmente, noutros países, as uniões de facto são deveras numerosas, não somente pela rejeição dos valores da família e do matrimónio, mas sobretudo porque casar é sentido como um luxo, pelas condições sociais, de tal modo que a miséria material impele a viver uniões de facto.

43. Todas estas situações devem ser enfrentadas de maneira construtiva, procurando transformá-las em oportunidades de caminho rumo à plenitude do matrimónio e da família, à luz do Evangelho. Trata-se de aceitá-las e de acompanhá-las com paciência e delicadeza. Visando esta finalidade, é importante o testemunho atraente de

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Por Redação A12, em Santo Padre

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