Por Pe. José Anchieta Tavares, C.Ss.R. Em Notícias Atualizada em 22 ABR 2019 - 12H06

Descer do Monte Tabor: uma experiência missionária

Em Mateus 17, 1-9, está escrito que Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha.

Certo momento Pedro disse: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.

A ideia e a sugestão de Pedro nos fazem entender que os companheiros de Jesus estavam equivocados e incertos sobre a Missão de Jesus e o Projeto do Pai. Por conta disso, se deixaram convencer de que as facilidades e a tranquilidade do Monte Tabor seriam as condições ideais para continuarem ali, sossegados e sem preocupações quaisquer. Enquanto os discípulos pensavam: é bom ficarmos aqui, os pensamentos e os projetos de Jesus apontavam para a descida em direção à Planície, onde estavam as pessoas carentes e os desafios de sua Missão.




Os relatos e o cenário do Monte Tabor têm algo a ver com a minha jornada missionária e minhas experiências. 

De 1990 a 2018, fui Missionário em três grandes frentes de atividades missionárias da Província de São Paulo: Igreja não Paroquial, Santuário e Missões. Foram 28 anos em que me senti amparado e confortado pelas garantias, facilidades e tranquilidades lá do alto da montanha. Por várias vezes, cheguei a montar tendas onde me senti seguro, tranquilo e confortável. Quantas vezes pensei: como é bom estar aqui!

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Mas chegou o momento em que eu fui convidado a pensar e avaliar meus compromissos com os apelos do Evangelho e dos desafios da Missão da Igreja em saída. Foi exatamente naquela ocasião em que comecei a fazer a dura, penosa e exigente descida do Monte Tabor, deixando todas as facilidades e tranquilidades, para chegar na Planície, chamada Miracatu, na Diocese de Registro, no Vale do Ribeira. Planície dos desafios, da pobreza, das pessoas carentes, das 38 comunidades, 6 urbanas e 32 rurais, convivendo com os mesmos e tantos problemas, dentre os quais a ausência de muitos fiéis católicos.

Hoje, pela rodovia movimentada, pelas estradas esburacadas, enlameadas e cobertas de poeira vou enxergando o cenário da Planície e encontrando a explicação e o sentido da importância da descida do Monte Tabor, porque na Planície estão as Ovelhas de Francisco e os Cabreiros de Santo Afonso, sempre à espera da minha presença e da minha ação missionária.

Descer do Monte Tabor e dirigir-se à Planície é caminhar em direção do povo carente e evangelizar no mundo ferido.

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