Porque quem presenteia ganha mais do que quem recebe.
Na real vida humana que exige e cobra o bom relacionamento, a matemática não significa exatidão, mas profundidade, capacidade de amar e de respeitar o outro, de manifestar-lhe nossa alegria por sua vida com seus dons. Ouvi alguém dizer após receber um presente: “Muito obrigado, e que Deus lhe conserve o costume!”
O presente oferecido é utopia. Vivemos tempos de individualismos, egocentrismos e outros “ismos”, onde a alegria de doar-se vai se tornando rara. Ainda mais: a desenfreada pressa ou velocidade de nossos dias, tempos em que o “fast”, a rapidez, o instantâneo tornam-se soberanos, acabam tornando banais atitudes profundas da vida humana.
Assim sendo, o presentear é uma atitude revolucionária, porque provoca o encontro, o respeito, a admiração e a gratidão. Mostra o quanto somos agradecidos para com o outro, e assim a utopia se realiza porque rompe as cadeias egoístas da sociedade.
Pense comigo: a vida é o maior presente com que Deus nos agraciou. Esse dom nasceu de sua absoluta gratuidade: chamou-nos do nada, da não existência! Presente que deve ser presença em nossa convivência. Um rápido olhar sobre nós mesmos nos faz perceber o quanto recebemos e precisamos dos outros. “Ninguém é uma ilha”, já dizia Tomás Merton. Essa dependência dos outros deve gerar em nós a gratidão, o amor, o respeito. É indispensável para nós a acolhida do outro. Nós somos o presente a ser oferecido; a vida partilhada e doada é o presente. Ela é dom, e aqui a matemática é ilógica: recebe mais quem doa e não quem recebe.
O Natal é um grande momento da humanidade. Celebramos o nascimento de Jesus. O comércio não parece preocupado com o nascimento de Jesus, mas com o quanto se poderá vender e ganhar. Mesmo que haja essa realidade comercial, para além dela está o desejo da gratidão para com o outro. Diria até que o consumo, apesar de ser consumo, é manifestação de algo sagrado, mais profundo: a gratidão, o reconhecimento, o amor para com a pessoa que vou presentear.
O gesto ampliado do presentear no Natal revela o mais profundo de nossa vocação: o amor para com o outro. O Natal será sempre a ocasião maior da humanidade de celebrar o nascimento de Jesus e nossa vocação, muitas vezes escondida até, da generosidade e do encontro com o outro. Dom se paga fazendo-se dom, amor se paga com amor, violência se vence com amor, com uma flor.
Celebre seu Natal e radicalize a generosidade em sua vida, globalize o amor, a gratidão, a esperança, a doação! Não há força capaz de vencer a liberdade do amor e da vida que se faz dom.
E viva Jesus que desceu das estrelas para morar entre nós!
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