A Quaresma lembra dois fatos bíblicos importantes. O primeiro relata como foram os 40 anos de travessia pelo deserto que o Povo de Deus, liberto da escravidão no Egito, enfrentou até chegar à Terra prometida. Foi um tempo para aprender a caminhar junto, a superar a divisão das 12 tribos para se unir num só Povo, a se organizar para se defender dos inimigos, a partilhar o alimento e a terra, e, principalmente, a confiar totalmente em Deus, comprometendo-se a seguir a sua Lei.
Durante esses 40 anos, morreu toda aquela geração que se habituara à escravidão do Egito e não resistia às tentações de ser infiel a Deus. E nasceu uma nova geração de gente capaz de seguir com fidelidade os 10 Mandamentos.
O segundo fato foi o período de 40 dias de Jesus no deserto, conforme narram os evangelistas Mateus 4,1-11, Marcos 1,12 e Lucas 4,1-13. Ali, após um tempo de jejum, Jesus foi tentado a abandonar ou a modificar a sua missão. Ele, porém, resistiu e foi fiel. Assim, Jesus estava pronto para anunciar o Reino do céu e inaugurar um novo Povo de Deus.
Hoje, a Quaresma nos convida a repetir essas duas experiências: a do Povo da antiga Aliança e a do próprio Jesus. Serão 40 dias de preparação para a Páscoa, que é a libertação final da escravidão da morte e do mal, conquistada por Jesus.
Contudo, tanto a saudade dos pecados como as novas tentações somente são superadas quando refazemos a experiência do deserto. É um tempo em que, pela oração e pela caridade, nós reforçamos os laços da vida em comunidade, da caridade solidária e da fidelidade pessoal e comunitária a Jesus e ao seu Evangelho.
A Campanha da Fraternidade nos convoca para que, reunidos em grupos de famílias, façamos uma caminhada de conversão até a Páscoa. Neste ano, pede que examinemos os pecados da saúde pública, porque é um dever e um direito que deveriam estar a serviço de todos, principalmente das classes mais carentes.
A saúde faz parte da salvação integral que Jesus nos oferece. Por isso, é uma dimensão integrante da Evangelização autenticamente cristã. Não podemos depender apenas de milagres e de curandeiros. É muito mais evangélico comprometer-se como comunidade de fé que procura conquistar tudo aquilo que faz parte da Terra prometida por Deus a todos os seres humanos.
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