Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Notícias Atualizada em 27 MAR 2019 - 16H40

Homilia do 22º Domingo Comum

“Servir nos irmãos”

 

Quem se humilha será elevado

 

 

 

 

Jesus tinha uma vida social que lhe possibilitava conhecer as pessoas no seu ambiente. Gostava de usar a imagem do banquete que, se por um lado é um exemplo do Reino de Deus, por outro é um momento no qual se percebe a realidade da pessoa. Toca numa questão na qual ensina a viver em comunidade. Lembra que as atitudes retratam o coração. Podemos falar de etiqueta espiritual que se chama humildade. Esta não é só uma virtude, mas é o próprio ser de Jesus por Sua encarnação. Paulo descreve o que é Sua humildade: “Sendo de condição Divina... assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana.

 

E achado em figura humana, humilhou-se e foi obediente até à morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou grandemente” (Fl 2,6-9). Jesus não suportava o orgulho porque era totalmente contra Sua natureza humano-divina. Ele tinha a tentação do orgulho, como vemos nas tentações do deserto. Jesus não veio dar espetáculo. Escolhe o caminho do serviço humilde.

O orgulho é um atentado: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mt 4,5-7). O cerne da humildade está na pessoa de Jesus. O orgulho e a vaidade penetraram de tal modo a sociedade que se transformaram no seu cerne. A vaidade ativa o comércio. Vemos os concursos de beleza, as medalhas de ouro, a concorrência social. Basta abrir uma revista, assistir novelas, ou participar de uma festa. Quando se diz que será elevado ensina que a humildade conduz à ressurreição. A ressurreição não é um estágio final da vida humana, mas é o resultado da humildade. Maria proclama: “O Senhor olhou para a humildade de sua serva. Doravante as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim” (Lc 1,48-49). Para Jesus, humildade é servir.

O orgulho não tem remédio

Poder, fama e posse são termos que se completam. São um perigo para o homem. Por isso o livro do Eclesiástico dá as receitas de como viver na situação do poder, da fama e da posse com mansidão nos trabalhos. Temos o exemplo de Moisés “que era o homem muito manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12,3). “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade... pois é aos humildes que Deus revela seus mistérios” (Eclo 3,20-21). O autor reconhece que “para o mal do orgulhoso não tem remédio, pois uma planta do pecado está enraizada nele, e ele não compreende” (30). Como no demônio não há verdade, é mentiroso e o pai da mentira (Jo 8,44), assim o mal do pecado do orgulho se enreda em todas as atitudes, mesmo nas espirituais. Certamente que existe a conversão. O orgulho morre só depois da missa de sétimo dia, dizia um santo. A humildade é uma virtude que nos faz agradáveis a todos. É uma virtude ativa, pois procura colocar-se a serviço. Não se trata de encolher-se e dar uma de ingênuo. Humildade é a verdade.

As verdadeiras recompensas

Jesus diz que “quem se eleva será humilhado, quem se humilha será elevado” (Lc 14,11). Esta elevação é a ressurreição dos justos, pois “nos aproximamos da cidade do Deus vivo” (Hb 12,22). A recompensa de ser humilde é viver como pessoa humana em sua integridade e totalidade. A humildade nos põe no banquete vivido na caridade que é prelúdio do banquete definitivo do Reino no qual se degusta o vinho do Reino (Jo 26,29) e se saboreia os manjares do amor que dura (Is 25,6). Os prazeres eternos podem ser antecipados na participação comum da humildade. Na Eucaristia temos o banquete de Cristo. Na humildade realizamos o encontro com Deus. A humildade se concretiza no serviço.

Leituras: Eclesiástico 3,19-21.3031;Salmo 67; Hebreus 12,18-19.22-24ª,Lucas 14,1.7-14

Ficha nº 1262 - Homilia do 22º Domingo Comum (01.09.13)

 

Jesus usa sua observação sobre as atitudes durante um banquete para mostrar o sentido da humildade. A humildade faz parte do ser de Jesus que por Sua encarnação humilhou-se. Ele tinha a tentação do orgulho. O orgulho penetra toda a sociedade. Ser elevado significa a ressurreição. Humildade é servir.

 

Poder, fama e posse põem em risco o homem. O livro do Eclesiástico ensina a mansidão como remédio. O mal do orgulhoso não tem remedido, está enraizado. A humildade nos faz agradáveis a todos. É uma virtude ativa, pois se põe a serviço. Não é ser ingênuo, pois humildade é a verdade.

 

A elevação do humilde é a ressurreição. O banquete é prelúdio do banquete definitivo do reino. Os prazeres eternos podem ser participados na participação comum da humildade. A humildade se concretiza no serviço

 

 

 

Arrancar com raiz e tudo

 

Ser humilde não é ser bobo. Quem é dono de si, em qualquer situação está bem. O que faz a pessoa grande não é o poder, mas sua humildade. Diz o livro do Eclesiástico: que quanto maior for mais deverá praticar a humildade. A humildade é o maior grau do amor, como fez Jesus na Ceia lavando os pés dos apóstolos. Ela é um modo de ser e não só de fazer.

O orgulho é um mal danado. É como uma planta que lançou raízes profundas. O pecado está enraizado. Para quem conhece plantas, podemos compará-lo com a guanxuma que só se arranca com raízes se estiver o chão encharcado, senão a raiz fica e brota de novo.

Jesus faz a comparação do banquete no qual as pessoas disputam lugares para aparecer. Se for humilde vai ser exaltado. Fazer agrado para quem agrada a gente, não tem recompensa. O negócio é cuidar com humildade dos necessitados. Aí rende, pois quem paga é o Pai.

 

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