Raquel de Godoy Retz Pompeo
A criança ainda não sabe usar a linguagem. Usa o choro porque não sabe expressar o que não sabe falar. O choro, aliás, é uma linguagem e das mais eloquentes e eficazes.
Até os adultos se utilizam das lágrimas para expressar seus sentimentos ou obter coisas que desejam, conforme o caso.
Não confundir choro com birra. Nem é preciso explicar. Mas ensinar a “engolir o choro” é uma péssima forma de ensinar o controle das emoções.
Emoções devem ser controladas, mas não devem ser abafadas. Nem sequer os adultos devem fazer isso. As crianças precisam ver que os pais e parentes também choram.
É interessante observar como o choro é sempre atribuído aos mais fracos: às mulheres, aos doentes, aos velhos, aos menosprezados sociais.
O homem tem vergonha de chorar, de dar parte de fraco; e por isso tais pais não admitem choro, mesmo quando as crianças se machucam ou são judiadas.
“Engole o choro!” - Qual o resultado de uma atitude dessas? A criança não compreende o que é choro e o que ele pode significar. Choro não se engole, não se castiga, não se ensina a engolir.
Choramos na ânsia de expressar o que no momento não conseguimos falar. Isso vem como natural. Chorar não é vergonha para ninguém, porém há pais e até mães que parecem ter impregnada essa atitude em seu comportamento.
Vamos humanizar a educação. Vamos ensinar a nossos filhos o que são os verdadeiros sentimentos, o quanto vale a linguagem, que são as emoções.
Emoções fazem parte da vida e compreendê-las faz parte do processo de crescimento. Tudo tem sua idade! Mas, nada mais falso, que proibições descabidas ou punições deseducativas.
A vida é o que é. Mas há pais e educadores que engolem o choro, e eles são o modelo de vida para as crianças. Ninguém nasce sabendo. Se não fomos acostumados à leitura, sabemos só o que nos ensinam em casa, na escola, na rua, com a TV, com o cinema.
Atenção pais, o que vocês fazem com seus sentimentos é exemplo. Verifique seus conceitos e preconceitos em relação ao outro expressar o que sente também pelas lágrimas.
Vale dizer que também chorar por tudo ou sem motivo não é o desejado.
Nem 8 nem 88. Os pais devem cultivar em si mesmos o equilíbrio suficiente para distinguir uma situação de outra.
Mas, certamente, não é educativo mandar “engolir o choro”. Também não é educativo chorar por qualquer coisa.
Educação não se improvisa e nem se tem regras tão rígidas, se constrói com amor consciente e equilíbrio. E necessita de construtores.
Esperamos que estes temas possam ajudar as famílias a serem construtores de gente... pessoas felizes e realizadas.
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