Raquel de Godoy Retz Pompeo
Sonhar o futuro dos filhos é um direito dos pais. Um direito que tem seus limites bem claros. Seu filho ou filha tem de viver a própria vida. Não podem realizar o que os pais sonharam para si mesmos e não conseguiram viver. Sonhar é permitido, forçar realizações (mesmo com pequenas chantagens emocionais) já é atrapalhar a vida do outro.
Há pais castradores, que tiram do(a) filho(a) o processo difícil-profundo-realizador de escolher livremente seu futuro. Pensam favorecer os filhos, mas acabam por atormentá-los com seus próprios sonhos e metas, limitando as possibilidades e a livre opção.
Não é fácil para os pais permitirem que os filhos escolham seus próprios caminhos, sobretudo quando não coincidem com seus desejos ou que em sua percepção não são tão reconhecidos financeiramente no mercado atual.
Conhecemos filhos que fizeram o curso que o pai queria, lhe entregaram o diploma tão almejado depois de adultos e, sem a pressão dos pais, reiniciaram a profissão que desejavam, porém anos atrasados em relação a outros do mercado profissional.
Conheço também pais que colocaram o filho em alguma atividade extra como dança, música, determinado esporte, por anos seguidos, mesmo ele demonstrando pouca ou quase nada de habilidade para essas tarefas. Porém, em determinada fase da vida, a criança, por conta própria, desenvolve outra atividade com muito mais habilidade e alegria, algumas vezes oposta à sonhada pelos pais no início da infância. Evitar chegar a esse ponto, sem dúvida é sabedoria e inteligência.
Desenvolver as múltiplas potencialidades dos pequenos é tarefa e desejo dos pais, mas cuidado para não “forçar” o que não é prazeroso ao seu filho, mesmo que ele tenha grande sucesso.
Na vida crescemos e aprendemos com erros, acertos, correções de caminhos e mudanças de planos. Apoiar o outro com respeito, compreendendo que cada um faz também seu próprio caminhar, forma pessoas livres, autônomas, com capacidade de enfrentar desafios, sabendo-se capaz e percebendo que todos nós não somos perfeitos, mas podemos sempre sermos melhores. Esse é o passo mais assertivo e eficaz para a felicidade profunda.
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