Raquel de Godoy Retz Pompeo

Os pais precisam conscientizar-se de que as crianças precisam aprender a decidir as coisas por si mesmas, ainda que com erros ou alguma demora. Precisam aprender a vestir-se, a amarrar o tênis ou os sapatos, pentear o cabelo, escolher entre banana ou maça, optar sobre que cor gosta mais.

Os “mimos”, que aparecem como “cuidados” (“Deixa que eu te ajudo a pentear os cabelos.” – “Como estamos com pressa, deixa que eu arrumo seu material de escola.” –  “Vou fazer esta tarefa e você faz as outras.”...), infantilizam cada vez mais as crianças, porque elas desejam manter esse carinho.

Elogiar, quando a criança demonstra esforço para fazer as coisas sozinha; esperar com paciência os progressos em sua autonomia; dar tempo e respeitar o ritmo da aprendizagem e não querer fazer tudo mais depressa no lugar dela é fundamental para o desenvolvimento da autonomia.

Uma criança, para crescer saudável, precisa de carinho. Pequenos mimos fazem parte da vida. É fundamental a criança ter certeza de que é amada. Porém, ela precisa compreender que ser amada não significa que não precise se esforçar e desenvolver-se na vida. Uma pessoa autônoma, que saiba resolver problemas, tem chance de ser muito mais feliz e vencer na vida.

A dependência de outros (muitos mimos ensinam isso) não nos deixa ser nós mesmos e assumir nossas potencialidades, desenvolvendo-as.

Os pais, contrariando seu desejo de ajudar, são os construtores das oportunidades que as crianças têm de serem elas mesmas. É nas relações do dia a dia, desde que nascemos, que compõe a construção de quem somos e seremos.

Apoio sim, substituição nunca! Amor sim, evitar a vida não! Ensinar sim, fazer pela criança nunca! Interesse, ensinar, pesquisar, conversar sobre o assunto, ótimo! Fazer tarefas escolares no lugar da criança, jamais!

Autonomia é vida própria, desenvolvimento pessoal, ser gente de qualidade.