Por Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R. - Jornal Santuário Em Artigos

Justiça republicana

A Operação Lava-Jato tem sido para o país a maior ação contra a corrupção de nossa história, se considerarmos os valores e a quantidade de políticos e empresários envolvidos. Para a sociedade, há uma expectativa muito grande pela punição efetiva dos culpados, bem como pelo ressarcimento dos prejuízos provocados ao patrimônio público.

Tal desejo é nobre e justo. É uma oportunidade importante para que nossa sociedade supere a sensação de impunidade, ou de que os ricos e poderosos são imunes à lei. A carceragem da Polícia Federal em Curitiba ou o Presídio da Papuda, em Brasília, já possui detentos que antes mandavam e desmandavam no país. A ação séria e determinada do Ministério Público e da Polícia Federal tem o apoio da sociedade e pode assustar a classe política que se coloca, muitas vezes, acima do bem e do mal. 

Não se pode negar, no entanto, que há seletividade nas investigações, bem como uma cobertura parcial que é feita pela grande mídia brasileira. Basta observar a forma como algumas ações da Operação Lava Jato são acompanhadas de perto – muito perto – por alguns veículos de comunicação, que recebem informações bastante privilegiadas sobre peças do processo. E tal interesse – claramente político partidário – não pode ser ignorado.

 

"O combate à corrupção e à impunidade são passos fundamentais para moralizar a política brasileira, mas é preciso avançar mais"

Esta realidade construída pode fazer com que, após a prisão dos figurões envolvidos no escândalo da Petrobrás, possa ser colocado um ponto final na corrupção na máquina pública brasileira. Sabemos que isso não será possível, mas a sensação de ressaca pode criar um ambiente de que a limpeza foi feita.

O combate à corrupção e à impunidade são passos fundamentais para moralizar a política brasileira, mas é preciso avançar mais. A República Federativa do Brasil se tornará mais justa se aproveitarmos a oportunidade da crise e realizarmos uma reforma política verdadeira. Uma reforma que vá além de regras eleitorais, mas que comece na formação dos cidadãos que estão nascendo ou entrando na escola.

Infelizmente, o ambiente anda muito politizado em cores partidárias. Cada cidadão precisa vestir as cores da nossa pátria, para que “Ordem e Progresso” deixe de ser slogan de um governo, e volte a ser o lema de uma nação inteira.

Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R., é missionário redentorista, jornalista e diretor de conteúdo da Rede Pai Eterno de Comunicação

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Irmão Diego Joaquim, C.Ss.R.
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Missionário Redentorista da Província de Goiás

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